China enfrenta onda de calor mais intensa já registrada
Por Danielle Cassita • Editado por Rafael Rigues |
Os moradores de grande parte da China vêm enfrentando fortes ondas de calor: centenas de lugares no país registraram temperaturas acima dos 40ºC, que vêm acompanhadas de baixa ocorrência de chuvas. O calor extremo vem afetando a população, as indústrias e a agricultura do país e pode causar consequências mundiais, principalmente no que diz respeito a cadeias de suprimentos.
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No dia 18 de agosto, a cidade de Chongqing, na província de Sichuan, chegou a 45 ºC, a temperatura mais alta já registrada no país em um local fora da região desértica de Xinjiang. Já no dia 20 de agosto, a temperatura caiu para 34,9 ºC e não baixou mais, marcando a maior temperatura mínima já registrada na China durante o mês.
Algumas empresas na China experimentaram usar blocos de gelo para refrescar seus escritórios:
Com o calor, os habitantes do país vêm procurando lugares subterrâneos para se refrescar — muitos se agruparam em uma área de descanso na estação de metrô de Huahuiyuan, em Chongqing, com assentos, remédios, água e ar condicionado. A cidade já conta com 99 estações de metrô com instalações e serviço para ajudar os usuários a enfrentar as altas temperaturas.
O calor está intensificando uma seca severa no país: algumas áreas em Sichuan, província que abriga a maior hidrelétrica da China, tiveram chuvas fortes nesta quinta-feira (25), mas o rio Yangtze segue com os níveis mais baixos desde 1865. No dia 19, o país emitiu um alerta nacional de seca, o primeiro em nove anos. Como resultado, diferentes fábricas de grandes empresas precisaram suspender as atividades.
Esta é a mais longa e intensa onda de calor já ocorrida na China desde o início dos registros, em 1961. “Isso combina a intensidade mais extrema com a duração mais extrema e uma área incrivelmente grande, tudo ao mesmo tempo”, disse Maximiliano Herrera, historiador do clima. “Não há nada na história climática que seja minimamente comparável com o que está acontecendo na China”.
Fonte: BBC, News Scientist