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Por que a Turquia sofre tanto com terremotos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Fevereiro de 2023 às 13h40

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Andes/César Muñoz/CC-BY-2.0
Andes/César Muñoz/CC-BY-2.0

Na última segunda-feira (6), um terremoto de magnitude 7,8 mR (escala Richter), seguido por um de 7,5 mR, atingiu a Turquia, causando enormes estragos e possivelmente sendo a maior tragédia natural do país das últimas décadas. O tremor ocorreu a apenas 18 quilômetros de profundidade, na fronteira norte da Síria, também a atingindo. A nação turca fica em um dos territórios mais propensos a sofrer tremores de terra do mundo, dada a posição de placas tectônicas locais.

A Turquia está assentada sobre a placa da Anatólia, localizada entre duas grandes falhas, conhecidas como a Setentrional e a Oriental. A falha Setentrional fica ligada à placa Euro-Asiática, cortando todo o território do país, enquanto a Oriental faz fronteira com as placas Africana e Arábica, no oeste turco.

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O que causa os terremotos na Turquia?

Os últimos desastres naturais sofridos na região ocorreram na Falha Setentrional, em decorrência, em sua maioria, dos movimentos da placa Arábica em direção à placa Euro-Asiática, que causam tremores ao pressionar para oeste a microplaca sobre a qual a Turquia se assenta. A mesma falha foi a responsável pela última grande tragédia turca, quando 17 mil habitantes morreram em um terremoto nos entornos de Istambul em 1999.

Os tremores de terra de ontem (6) podem acabar superando o acontecimento de 2 décadas atrás, já sendo chamado por autoridades turcas de "maior desastre" desde o tremor de Erzican, que deixou 33 mortos em 1939. Treze tremores subsequentes seguiram atingindo a Turquia após os principais, espalhados nas 11 horas seguintes e chegando à magnitude de, no mínimo, 5 mR. O tremor de 7,5 mR chegou 9 horas após o primeiro.

O território da Turquia acaba espremido quando as placas Arábica e Africana se movimentam, dado que a placa Euro-Asiática não permite que a microplaca turca vá para o norte — e o resultado são os inevitáveis tremores. Eric Sandvol, sismólogo americano, contou à AP que podemos comparar as placas tectônicas a um grande quebra-cabeça.

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Segundo o especialista, na Turquia as peças do quebra-cabeça, ou seja, as placas, se "raspam" horizontalmente, se encontrando na linha de falha. Normalmente, isso é devagar e imperceptível, mas, ao longo do tempo, a tensão vai se acumulando na fronteira tectônica, até que, em algum momento, é liberada, abalando as massas terrestres e liberando incríveis quantidades de energia, resultando nos sismos. 

Só no ano de 2020, o país acabou sendo vítima de 33.000 terremotos, com 322 apresentando magnitude na escala Richter igual ou superior a 4, segundo informações da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências da Turquia (AFAD). Como são ocorrências frequentes, a população local passa por treinamentos contra terremotos desde a infância. Um ditado comum diz "coğrafya kaderdir", o que, em tradução livre, significa "geografia é destino".

Fonte: AlJazeera, WSJ, AP