Oceano gigantesco é encontrado 700 km abaixo da superfície da Terra
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela | •
Pesquisadores encontraram um inusitado e enorme oceano nas profundezas da Terra, a 700 quilômetros abaixo da crosta. A descoberta muda algumas concepções científicas sobre o ciclo da água, a origem dos oceanos e sua estabilidade nos bilhões de anos do nosso planeta.
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Mais especificamente, a quantidade massiva de água fica em formações de rochas azuis conhecidas como ringwooditas, que ficam no manto. Escaldantes, elas se alojam entre a superfície e o núcleo, e não guardam o que você provavelmente imaginou como uma grande piscina de ondas subterrâneas, mas sim moléculas de água presas na estrutura cristalizada do mineral.
Como o oceano subterrâneo funciona
Para achar os mais profundos oceanos da Terra, foram usados métodos sismológicos. Cientistas da Universidade Northwestern espalharam uma rede de 2.000 sismógrafos por todos os Estados Unidos para analisar as ondas sísmicas geradas por mais de 500 terremotos, que conseguem chegar ao núcleo do planeta e, então, são detectadas na superfície, revelando segredos de sua estrutura interna.
A velocidade das ondas foi medida em várias profundidades diferentes, determinando a composição das rochas pelas quais passaram. A presença de água, então, foi notada quando as ondas ficaram significativamente mais lentas, revelando uma camada rochosa com água nas bordas granuladas.
Segundo os pesquisadores, os oceanos da Terra podem ter surgido da infiltração dessa água à superfície, desafiando a teoria de que a substância teria vindo de fora, pegando “carona” com cometas que se chocaram com o planeta.
A presença do líquido nas profundezas também é positiva, já que, caso estivesse na superfície, faria com que os mares estivessem com níveis muito mais altos, deixando apenas o topo das montanhas acima da água.
É possível que a água tenha, ao longo das eras geológicas, viajado da superfície para o interior e vice-versa, processo ligado ao movimento do manto e seu derretimento. Para saber mais, os cientistas planejam coletar mais dados sismológicos, especialmente de outros lugares do mundo, o que poderá revelar muito sobre a história da Terra e da vida nela contida.
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Fonte: Science