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Buraco negro expele jato gigantesco e cria estrutura maior que a Via Láctea

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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E. Wernquist/D. Nelson (IllustrisTNG Collaboration)/M. Oei
E. Wernquist/D. Nelson (IllustrisTNG Collaboration)/M. Oei

Astrônomos acabam de encontrar os maiores jatos já emitidos por um buraco negro. Eles medem 23 milhões de anos-luz de ponta a ponta, sendo longos o suficiente para cruzar 140 Vias Lácteas colocadas lado a lado. 

O par de jatos é tão grande que os pesquisadores decidiram chamá-los de Porfírio, nome do gigante da mitologia grega. Estas emissões vêm da parte superior e inferior do buraco negro em uma galáxia a 7,5 bilhões de anos (ou seja, nós a vemos como era quando o universo tinha metade da sua idade atual).

Além das dimensões surpreendentes, os jatos emitem trilhões de vezes mais energia a cada segundo do que nosso Sol. “Já sabíamos há muito tempo destas estruturas feitas pelos jatos nos buracos negros supermassivos no centro das galaxias, mas este, em particular, se destaca por três motivos”, disse Martin Hardcastle, coautor do estudo.

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O primeiro deles é que este é o maior jato já visto. Medindo mais de 20 milhões de ponta a ponta, o jato é tão grande que vai do centro da sua galáxia ao espaço vazio entre outras. “Segundo, este é o mais poderoso que conhecemos, com uma rápida taxa de queda de matéria no buraco negro”, acrescentou.

O terceiro motivo é que o jato foi encontrado quando o universo tinha apenas metade da sua idade atual, “quando poderia ter sido um local muito mais violento, com muito mais [processos] acontecendo que poderiam ter perturbado os jatos”, finalizou ele. 

Porfírio foi encontrado pelo telescópio Low-Frequency Array (LOFAR) em um estudo que revelou mais de 10 mil jatos gigantes de buracos negros. Vários deles são tão poderosos que chegam bem mais longe que a galáxia lar dos objetos.

Jatos como este são fluxos de íons, elétrons e outras partículas, e chegam quase à velocidade da luz com a ajuda dos imensos campos magnéticos ao redor dos buracos negros. Apesar de serem conhecidos há mais de um século, os cientistas consideravam que estas estruturas eram raras.

No caso de Porfírio, suas dimensões levam os astrônomos a suspeitarem que os jatos devem ter papel importante para a evolução do universo. “O Porfírio mostra que as coisas pequenas e grandes no universo estão intimamente conectadas”, disse Dr. Martijn Oei, principal autor do artigo que relata a descoberta. “Estamos vendo um único buraco negro que produz uma estrutura de escala semelhante à dos filamentos e vazios cósmicos.”

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Astronomy & Astrophysics, Keck Observatory, Space.com

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