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Domo de calor é registrado sobre a Antártica em imagem inédita

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Matt Palmer/Unsplash
Matt Palmer/Unsplash

Entre os meses de julho e agosto deste ano, cientistas da NASA observaram picos de calor na camada da atmosfera conhecida como estratosfera da Antártida. O inusitado é que a espécie de onda ou domo de calor ocorreu durante o inverno do Hemisfério Sul, tornando o aquecimento atípico.

As temperaturas mais quentes que o esperado para a época do ano foram observadas a uma altitude de aproximadamente 80 km da superfície congelante do continente. Isso ocorre porque o vórtice polar teve seu formato temporariamente desfigurado.

As pesquisas sobre o fenômeno com causas ainda desconhecidas foram feitas por Lawrence Coy e Paul Newman, ambos cientistas atmosféricos do Global Modeling and Assimilation Office (GMAO) da NASA.

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Picos de calor na Antártida

Para entender o que ocorreu durante o episódio parecido com uma onda de calor, vale destacar que as temperaturas médias na estratosfera, em julho, estão próximas dos -80 °C.

Entretanto, no dia 7 de julho, as temperaturas subiram inesperados 15 °C, o que estabeleceu um novo recorde para as temperaturas mais quentes de julho já observadas nesta região. A temperatura voltou a cair no dia 22 de julho, mas teve outro pico, de 17 °C mais quente, no dia 5 de agosto.

Impacto no vórtice polar

Antes de seguir, cabe detalhar que o vórtice polar é composto pelos ventos que circulam na região, em uma velocidade de 300 km/h, de forma simétrica (em condições ideias). Quando há uma interrupção nesse fluxo, a forma se altera e as temperaturas na estratosfera se elevam, como observado.  

Essas alterações ocorrem tanto no Ártico quanto na Antártida, mas, no Hemisfério Norte, são mais comuns, acontecendo uma vez por ano. “Eventos repentinos de aquecimento ocorrem na Antártida uma vez a cada cinco anos ou mais, muito menos frequentemente do que no Ártico”, afirma o cientista Coy. 

A seguir, veja o comportamento do vórtice no dia 5 de agosto de 2023 (em condições “normais”) e no dia 5 de agosto de 2024 (“atípico”):

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Durante o mês de agosto deste ano, o vórtice não apresentou a sua forma circular e simétrica. Ele está mais alongado e mais enfraquecido que o normal. É possível sugerir que ganhou até o formato de um amendoim. Como o alongamento do vórtice, as temperaturas ficam mais altas perto do polo.

Recorde de calor na Antártida

Além disso, o clima na troposfera (camada inferior da atmosfera terrestre) também foi incomum durante o mês de julho. Foram identificadas temperaturas 4 °C mais quentes, cobrindo grandes partes do continente. Tanto é que o mês empatou com julho de 1991, tornando-se o quinto julho mais quente já registrado. 

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“Variações nas temperaturas da superfície do mar e no gelo marinho podem perturbar esses sistemas climáticos de larga escala na troposfera que se propagam para cima [na estratosfera]”, pontua o pesquisador Newman. “Mas a atribuição do motivo pelo qual esses sistemas se desenvolvem é realmente difícil de fazer”, acrescenta. Mais análises ainda são necessárias.

Fonte: NASA  

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