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O que é chuva ácida?

Por| Editado por Rafael Rigues | 04 de Setembro de 2022 às 13h00

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 Inge Maria/Unsplash
Inge Maria/Unsplash

Você sabe o que é chuva ácida? Apesar do nome, esta chuva não é diretamente nociva para humanos, mas é extremamente preocupante devido aos problemas que causa ao meio ambiente — principalmennte no que diz respeito a animais e plantas. A chuva ácida não precisa necessariamente ser líquida, e também pode ocorrer na forma de neve, neblina e até granizo.

Foi em 1852 que Robert Angus Smith, químico escocês, cunhou o termo “chuva ácida”, fruto de estudos que conduziu sobre a composição química da água das chuvas próximas de cidades industrializadas na Inglaterra e Escócia. Já na década de 1950, cientistas dos Estados Unidos começaram a estudar o fenômeno.

Contudo, ainda levou quase 20 anos para a chuva ácida ser reconhecida como um problema ambiental significativo, principalmente no oeste da Europa e no leste da América do Norte. Vale destacar, no entanto, que o fenômeno se tornou relativamente comum no mundo todo, e vem ficando cada vez mais intenso nos países em desenvolvimento.

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O que é chuva ácida

Antes de entender o que é a chuva ácida, vamos primeiro entender o pH, a escala que determina o quão ácida ou básica é uma solução aquosa. A escala do pH tem 14 níveis: o 7 é neutro, e quanto menor for o pH de uma substância, mais ácida ela é. Por outro lado, quanto maior for o pH, mais alcalina ela será. A água pura, por exemplo, tem pH 7.

Já a água das chuvas é levemente ácida devido ao dióxido de carbono, que é dissolvido e forma ácido carbônico fraco. Assim, a chuva tem pH de aproximadamente 5,6. Mas a chuva ácida pode ter pH entre 4,2 e 4 — e a acidez vem, principalmente, do dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio.

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Estes compostos são lançados na atmosfera por processos variados, como a queima de combustíveis fósseis. Quando são misturados com a água, o oxigênio e outras moléculas no ar, o dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio formam ácido sulfúrico e nítrico, respectivamente, que são misturados com a chuva.

Os ácidos podem ser espalhados pela atmosfera com os ventos, e caem ao solo por meio das chuvas. É importante lembrar que, embora os poluentes produzidos pela ação humana sejam os principais causadores da chuva ácida, o fenômeno pode ser causado também por fatores naturais, como erupções vulcânicas. Elas liberam compostos poluentes no ar que podem ser transportados por todo o mundo pelos ventos, causando chuvas ácidas longe dos vulcões.

Quais são as consequências da chuva ácida?

Os efeitos ecológicos da chuva ácida ficam bem visíveis em ambientes aquáticos, como lagos, córregos e outros. Conforme a água da chuva ácida corre pelo solo, ela pode capturar alumínio da argila e levá-lo para meios aquáticos, tornando a água deles mais ácida; quanto mais ácido o ecossistema recebe, mais alumínio é liberado.

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Existem algumas espécies de plantas e animais capazes de tolerar água com maior grau de acidez e quantidades moderadas de alumínio. Contudo, outras são mais sensíveis e não resistem à maior acidez — geralmente, as espécies mais jovens têm maior sensibilidade às condições ambientais do que os adultos. Além disso, mesmo que essas espécies possam tolerar níveis moderados de acidez, este pode não ser o caso para os demais seres da cadeia alimentar.

A chuva ácida causa efeitos significativos também nas árvores, tanto que é comum ver árvores mortas nos lugares mais afetados por ela. Ainda, os ácidos nítrico e sulfúrico da chuva ácida, junto das partículas acidificadas, são capazes de danificar monumentos históricos, prédios e outras estruturas de origem humana, causando efeitos corrosivos em sua superfície.

Para evitar estes cenários, é necessário restringir o uso de combustíveis fósseis e priorizar fontes de energia renováveis, como a energia solar e eólica. Pequenas ações individuais também podem ajudar: desligar equipamentos eletrônicos, reduzir o uso de carros e priorizar o transporte público são passos simples, mas importantes para combater a chuva ácida.

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Fonte: National Geographic, Live Science, USGS, EPA (1, 2)