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À deriva, maior iceberg do mundo pesa quase 1 trilhão de toneladas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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National Science Foundation/Josh Landis/Domínio Público
National Science Foundation/Josh Landis/Domínio Público

Pesquisadores conseguiram calcular, recentemente, o peso do maior iceberg do mundo, A23a, que está se movimentando no Oceano Antártico após décadas preso ao fundo do mar. As medidas do leviatã de gelo foram tomadas por satélites, cujos dados estimam uma espessura de mais de 280 metros e uma área de 3.900 km². Isso resulta em cerca de 1.100 km³ e uma massa de pouco menos de um trilhão de toneladas.

O A23a se desprendeu da Plataforma de Gelo Filchner em 1986, e, agora que está à deriva, os cientistas monitoram seu deslocamento de perto. Segundo eles, o momento é crítico para o iceberg, já que está se aproximando da convergência das correntes de água rápida para além da ponta da Península Antártica. Girando em sentido horário no entorno do continente, essas correntes deverão interagir com o gelo, e como isso se dará vai definir sua direção em seguida.

Como descobrir a massa de um iceberg?

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Para fazer os cálculos acerca do iceberg, foi usado o satélite CryoSat-2, da Agência Espacial Europeia, cujo altímetro consegue detectar quanto da massa de um objeto está acima da linha d’água. Conhecendo a densidade do gelo, é possível saber o quanto ele está submerso, e, por consequência, estimar sua massa total. Também estão sendo monitoradas sua espessura e seu afinamento, que está ocorrendo à medida que chega a águas mais quentes.

Algumas partes dos icebergs são mais espessas que outras, já que não são uniformes. Uma das partes do A23a tinha, em 2018, uma quilha bastante profunda, com um calado de quase 350 metros — ou seja, sua parte submersa —, estrutura que ancorava a peça de gelo.

Em imagens do CryoSat-2, os cientistas conseguiram identificar fendas superficiais abertas acima da quilha quando o objeto colidiu com o leito do Oceano Antártico. Conhecendo a topografia local, inclusive, é possível prever quando um iceberg irá encalhar ou afinar o suficiente para voltar a se movimentar.

Na última década, o A23a tem diminuído 2,5 metros na espessura anualmente, o que está de acordo com a temperatura do Mar de Weddell. O que se espera é que ele se dirija à rota chamada “beco dos icebergs”, que fica na direção da ilha britânica de Geórgia do Sul. À medida que se movimentam, os icebergs misturam as águas profundas do mar, levando nutrientes à superfície e liberando muita poeira do leito, fertilizando o oceano. Segundo os cientistas, será possível ver explosões de fitoplâncton no rastro do A23a.

Fonte: BBC News Brasil