A-76A | Maior iceberg do mundo se quebra em 6 pedaços em “cemitério de icebergs”
Por Rodilei Morais • Editado por Patricia Gnipper | •
O iceberg que detinha o título de maior do mundo na atualidade se rompeu em uma série de pedaços menores, como mostram novas imagens de satélite. Conhecido como A-76A, que já era um fragmento de um bloco de gelo ainda maior, ele se dividiu em seis partes próximo à Ilha Geórgia do Sul, em uma região conhecida como “cemitério de icebergs.”
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O A-76A possuía 135 quilômetros de extensão e 35 de largura, se originando de uma fragmentação do iceberg A-76, em 2021. Desde outubro do ano passado, o A-76A vinha se movendo em direção ao norte, entrando na Passagem de Drake — a faixa de oceano que separa a Antártida e a América do Sul — e se encaminhando às ilhas Sandwich e Geórgia do Sul.
As imagens que revelaram o iceberg partido são do satélite Terra, da NASA, e foram capturadas no dia 24 de maio. O posicionamento dos novos blocos sugere que a ruptura tenha acontecido alguns dias antes.
A distância viajada pelo A-76A antes de seu fim surpreendeu especialistas. Christopher Shuman, glaciólogo da NASA, diz ser “impressionante pensar que ele ‘navegou’ tão longe em dois anos.” O cientista afirma que isso ressalta o poder das correntes marítimas do Oceano Antártico. A região em que ele se partiu também foi o cenário do rompimento do A-68A, detentor anterior do título de maior iceberg do mundo.
As águas mais quentes e a ação das correntes próximas às ilhas Sandwich e Geórgia do Sul conferem à região características favoráveis para que icebergs se rompam. Nesse processo, os blocos de gelo liberam enormes quantidades de água doce — o A-68A pode ter lançado mais de 1 trilhão de toneladas dela no oceano e o A-76A deve chegar a números semelhantes.
Além do A-76A, outros dois grandes icebergs se afastaram do continente antártico nos últimos meses. Em janeiro deste ano, o A-81 também se moveu em direção à Passagem de Drake, já em outubro do ano passado, o B-22A saiu da inércia após mais de duas décadas em repouso próximo à geleira de Thwaites.
Fonte: Live Science