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Imagens de satélite mostram um enorme iceberg quase colidindo com a Antártida

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Agosto de 2021 às 17h20

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ESA
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No início deste mês, o satélite Copernicus Sentinel-1, da Agência Espacial Europeia (ESA), observou o iceberg A-74, com cerca de 1.270 km², quase colidir com uma plataforma de gelo da Antártida no início deste mês. O acidente poderia ter enfraquecido ainda mais a estrutura já desestabilizada pelo aquecimento global e gerado um iceberg ainda maior.

O A-74 se desprendeu da plataforma de gelo Brunt, da Antártida, em fevereiro deste ano, mas, por conta das correntes oceânicas da região, ela ficou “presa”. No entanto, um forte vento vindo do leste no início deste mês a empurrou em direção a uma colisão que poderia ter gerado outro iceberg ainda maior. O satélite da ESA monitorou o movimento do A-74 entre os dias 9 e 18 de agosto, que aparece passando "de raspão” na plataforma Brunt.

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O pesquisador da ESA, Mark Drinkwater, explicou que o pedaço em forma de nariz da plataforma, que é ainda maior do que o A-74, está preso à plataforma Brunt. “Se o iceberg tivesse colidido mais violentamente com este pedaço, ele poderia ter acelerado a fratura da ponte de gelo restante, fazendo com que ela se soltasse”, acrescentou Drinkwater em comunidade oficial. Os glaciologistas  continuam acompanhando a formação e extensão de fendas e abismos na plataforma de gelo.

A situação instável da plataforma tem causado problemas para os pesquisadores da região. Em 2017, a estação de pesquisa Halley VI precisou ser movida 32 km para o interior da Antártida. "Halley é composto por oito cápsulas interligadas construídas sobre esquis, o que permite que as cápsulas sejam facilmente movidas em caso de gelo instável ou de novos abismos se formando na plataforma de gelo", informou a ESA. Na Halley, mais de uma dúzia de monitores de GPS medem e transmitem informações sobre o gelo da região.

O A-74 não é o único iceberg a se desprender da Antártida este ano. Recentemente o satélite Copernicus Sentinel-1 registrou um grande bloco de gelo que veio a se tornar o maior iceberg do mundo, nomeado A-76, com cerca de 4.320 km quadrados. De modo geral, esta região está sob ameaça do aquecimento global, com temperaturas até 3 °C mais altas do que no início dos registros em 1950 — e não param de subir, o que pode induzir ainda mais o derretimento desse gelo.

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Apesar disso, alguns cientistas acreditam que estes grandes blocos de gelo não têm relação direta com o aquecimento global, mas, sim, com o ciclo natural da região. A pesquisadora Laura Gerrish, da British Antartic Survey, disse que estes icebergs são apenas parte dos ciclos nas plataformas de gelo que não produziam nada em grande escala há décadas. "É importante monitorar a frequência de todos os partos de icebergs, mas tudo isso é esperado por enquanto", acrescentou.

Fonte: FuturismESA