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Gelo de 50.000 anos mostra histórico de CO2 no planeta Terra

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Oregon State University
Oregon State University

A ciência vem encontrando inúmeras evidências de que os níveis de dióxido de carbono presentes na atmosfera atualmente são incomuns para qualquer período da história da Terra, mas há uma dificuldade em obter dados históricos para pôr esses números em perspectiva. No contexto dos últimos milênios, teria havido um período mais sério? Uma pesquisa da Universidade Estadual do Oregon pode ter a resposta.

Em conjunto com cientistas da Universidade de St. Andrews e da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, pesquisadores da instituição encontraram bolhas de ar presas em gelo Antártico permanente que guardam 50.000 anos de dados sobre o CO2 na atmosfera — são amostras congeladas da Plataforma de Gelo do Oeste Antártico, encontradas a 3,2 km de profundidade.

Os blocos gelados trazem gases preservados em pequenas bolsas de ar, nas quais foram realizadas análises químicas para descobrir o nível de diversas substâncias na atmosfera da Terra. Uma delas é o CO2, que, segundo análises, já esteve presente em níveis elevados, acima do normal, mas longe do que estamos vendo atualmente.

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CO2 na atmosfera do passado

Durante os 50.000 anos passíveis de estudo, a equipe descobriu que o nível de dióxido de carbono na atmosfera aumentou em cerca de 14 partes por milhão (ppm) ao longo de 55 anos — isso a cada 7.000 anos, em média. No mundo de hoje, o mesmo aumento de 14 ppm ocorre a cada cinco ou seis anos, aproximadamente — 10 vezes mais rápido do que em qualquer momento nos últimos 50 mil anos.

As flutuações de CO2 na atmosfera coincidem com intervalos de frio no norte do Oceano Atlântico, o que a ciência chama de eventos Heinrich, ligados a mudanças climáticas súbitas e significativas.

Segundo os cientistas, esses eventos provavelmente são causados por colapsos dramáticos da plataforma de gelo Norte-Americana, gerando reações em cadeia que mudam as monções tropicais e os ventos do oeste no Hemisfério Sul.

Quando os ventos do oeste ficam mais fortes e frequentes, a habilidade do oceano sul de absorver e sequestrar o CO2 fica prejudicada, e maiores quantidades do gás são jogadas na atmosfera. Dados climáticos recentes indicam que os ventos do oeste devem ficar mais frequentes e fortes, e, com o aumento de CO2 gerado pelas atividades humanas, um círculo vicioso de aquecimento deve apenas piorar.

Fonte: Earth, Atmospheric and Planetary Sciences, Oregon State University