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Geleira no Monte Everest perdeu 2 mil anos de gelo desde a década de 1990

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Unsplash/Andreas Gäbler
Unsplash/Andreas Gäbler

O ponto mais alto do Monte Everest perdeu 2 mil anos de gelo desde a década de 1990, conforme aponta um novo estudo liderado pela University of Maine. A pesquisa descobriu que a geleira South Col, a mais alta da região, está derretendo 80 vezes mais rapidamente do que o tempo necessário para o gelo se acumular em sua superfície.

Os pesquisadores foram taxativos: não restam dúvidas sobre como nem mesmo o ponto mais alto do mundo está a salvo das mudanças climáticas promovidas pelas atividades humanas. "A resposta é um retumbante sim, e de forma muito significativa desde o final dos anos 1990", disseram.

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O estudo descobriu que todo o gelo que levou 2 mil anos para se formar derreteu completamente nos últimos trinta anos. Mais do que isso, a geleira está derretendo num ritmo cada vez mais veloz, perdendo várias décadas de gelo acumulado a cada ano.

De imediato, o rápido derretimento da geleira pode ter graves consequências para os que vivem próximos às montanhas, como um número maior de avalanches no Everest ou exposição de mais rochas que tornam o terreno ainda mais perigoso para os que praticam alpinismo.

Monitorando o topo do mundo

A equipe de 10 pesquisadores subiu até a base da geleira South Col. Ali, eles instalaram duas estações de detecção meteorológica: uma a 8.430 metros de altitude e outra a 7.945 metros de altitude. Além disso, a equipe coletou um núcleo de gelo com cerca de 10 metros de comprimento.

Em seguida, os pesquisadores usaram esse conjunto de dados para modelar, em computador, o crescimento e recuo da geleira nos últimos milhares de anos. Eles então descobriram South Col perdeu mais de 54 metros de espessura nos últimos 25 anos. Parte dessa perda se deve aos efeitos do vento e das variações de umidade, mas as mudanças climáticas induzidas pela humanidade é apontada como o principal fator do derretimento.

Na verdade, o estudo descobriu que a geleira já começou a derreter na década de 1950. No entanto, somente nos anos 1990 o ritmo do derretimento acelerou, porque a neve mais fina que cobre a geleira derreteu, expondo o gelo bruto à radiação solar. Sem esse escudo, os pesquisadores temem de que a geleira esteja “destinada a um rápido recuo”.

Esta geleira é apenas uma das várias que existem nos Himalaias, mas se nem mais alta do mundo está a salvo das mudanças climáticas, certamente a criosfera — a camada de gelo que cobre toda a Terra — está em sério perigo. Mais de 1 bilhão de pessoas dependem da água potável que vem dessas montanhas, por sinal.

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O estudo foi apresentado na revista Climate and Atmospheric Science.

Fonte: Climate and Atmospheric Science, Via Space.com