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Terra está perdendo muito gelo a cada ano e cientistas emitem alerta

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Julho de 2021 às 15h30

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Goddard Space Flight Center/NASA/Joy Ng
Goddard Space Flight Center/NASA/Joy Ng

Ao longo das últimas décadas, diversas pesquisas relatam o ritmo cada vez mais acelerado com o qual a Terra perde sua criosfera — a camada de gelo presente em toda a superfície do planeta — em decorrência das mudanças climáticas. No entanto, pela primeira vez um estudo foi capaz de medir o quanto dessa cobertura de gelo tem derretido de uma só vez. Estima-se que, desde 1979, a Terra tem perdido uma aérea congelada do tamanho do Lago Superior, o maior lago de água doce do mundo, localizado entre o Canadá e os Estados Unidos.

A pesquisa, publicada na Earth's Future em maio deste ano, é a primeira a conferir o quanto de gelo a Terra perde a cada ano. O novo estudo, liderado por Xiaoqing Peng, geógrafo da Universidade Lanzhou, na China, revelou que o planeta perdeu cerca de 87 mil quilômetros quadrados de gelo por ano, em um período entre 1979 e 2016. "A criosfera é um dos indicadores climáticos mais sensíveis e o primeiro a demonstrar um mundo em mudança", acrescenta Peng. Dessa maneira, a mudança em seu tamanho significa um fenômeno em escala global.

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Para o estudo, Peng e sua equipe reuniram dados sobre a camada de neve na superfície do planeta, incluindo a extensão de gelo marinho — como as camadas de gelo nas regiões polares. Boa parte das medições foram feitas por satélites e reunidas pelo National Snow and Ice Data Center (NSIDC, sigla em inglês). Para conferir a profundidade da neve, eles usaram as informações do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF, sigla em inglês). Toda essa informação foi comparada com os dados de outras 28 mil estações meteorológicas espalhadas pelo mundo.

Com isso, os pesquisadores descobriram que, só o hemisfério Norte encolheu cerca de 102 mil quilômetros quadrados por ano, embora uma pequena parte desse gelo perdido tenha sido compensado com ganhos menores no hemisfério sul, aproximadamente 14 mil quilômetros quadrados. Acredita-se que a maior parte desse gelo tenha se formado no mar de Ross, na Antártida, provavelmente por conta do escoamento de água doce do continente, segundo o estudo.

Além disso, a pesquisa acusou evidências de estações de congelamento cada vez mais curtas. Atualmente, a primeira geada de inverno chega 3,6 dias mais tarde do que chegava em 1979, enquanto o primeiro degelo na primavera se antecipa em 5,7 dias. A criosfera corresponde a ¾ de toda a água doce disponível no planeta e sua redução afeta diretamente o abastecimento de rios e grandes reservatórios. Quanto menos neve a superfície tem, mais calor ela absorve. Agora, os pesquisadores querem usar esses dados para aprender como as mudanças do gelo alteram os ecossistemas.

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O estudo foi publicado no último dia 16 de maio, no periódico científico Earth's Future

Fonte: Space.com