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Estudo explica possível origem do vulcão Kilauea, um dos mais ativos do mundo

Por| Editado por Rafael Rigues | 31 de Maio de 2022 às 17h00

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Um estudo liderado pela Universidade Monash apresenta, pela primeira vez, a dinâmica que pode ter dado origem ao vulcão havaiano Kilauea, um dos mais ativos do mundo. Segundo a análise dos autores, o vulcão teria emergido do mar há 100 mil anos, mas seu nascimento é mais profundo e antigo.

O novo estudo descobriu que a câmara magmática que teria dado origem ao vulcão encontrava-se a uma profundidade a mais de 100 km abaixo da crosta terrestre. Trabalhos anteriores detalharam duas câmaras rasas logo abaixo do Kilauea, mas não eram grandes o suficiente para explicar o grande volume de magma expelido.

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Os pesquisadores analisaram fragmentos quebrados de rocha vulcânica antiga, coletados da parte sudeste da ilha do vulcão. As amostras vulcânicas sugerem que Kilauea nasceu de uma piscina de material vulcânico a cerca de 100 km de profundidade.

Entre 210 mil a 280 mil anos atrás, a placa tectônica do Pacífico se deslocou e um grande volume de magma foi derramado nas profundezas do mar. Conforme este material se resfriou, formou-se um grande “escudo” que, por volta de 100 mil anos atrás, explodiu. As rochas originais deste evento são difíceis de serem encontradas, pois a maior parte está escondida sob as camadas mais recentes de lava. No entanto, a rocha ígnea (vulcânica) coletada oferece uma ideia sem precedentes deste passado distante e profundo do vulcão.

Investigando a origem do Kilauea

Até então, pensava-se que o vulcão teria nascido a partir da rocha sólida parcialmente derretida pelo calor do ponto quente (hostspot) da Placa do Pacífico, mas o novo estudo não encontrou nenhuma evidência que sustentasse tal hipótese. Em vez disso, o Kilauea teria nascido de uma maneira específica.

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Segundo o novo estudo, o vulcão havaiano foi originalmente formado a partir da cristalização fracionada, quando cristais de granada nascem em câmaras magmáticas bem profundas, mas sem reagir com o derretimento residual anterior daquela região quente.

Então, a equipe explorou a formação destas amostras em trabalhos experimentais, realizando a fusão de rochas sintéticas em altas temperaturas (1.100 °C) e pressões (3 Gigapascal) a partir de um método capaz de modelar as concentrações de elementos em terra rasa.

"Descobrimos que as amostras só poderiam ser formadas pela cristalização e remoção (cristalização fracionada) da granada", disseram os autores. Isto sugere que a erupção original veio de uma profundidade estimada em 90 km ou até mais profundo, porque estes cristais podem ser formar até 150 km de profundidade.

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A geóloga Laura Miller, principal autora do estudo, explicou que isto desafia o ponto de vista atual, de que a cristalização fracionada é apenas um processo raso. “E sugere que o desenvolvimento de uma câmara de magma profunda (> 90 km) é um estágio inicial importante no nascimento de um vulcão havaiano”, acrescentou Miller.

O estudo foi apresentado na revista Nature Communications.

Fonte: Nature Communications, Monash University, Via ScienceAlert