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Estranha superestrutura do Pacífico cresce desde o tempo dos dinossauros

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Janeiro de 2024 às 17h49

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NASA/Domínio Público
NASA/Domínio Público

Cientistas descobriram a origem de uma superestrutura geológica colossal nas profundezas do Oceano Pacífico — é o Platô da Fronteira da Melanésia, que começou a se formar no tempo dos dinossauros e continua em atividade até hoje, com seus últimos estágios começando há poucos milhões de anos. Seus processos geológicos são alimentados pelo vulcanismo entre as placas tectônicas, que é, por si só, maior do que as ilhas britânicas.

O fundo do oceano na região, próxima à Austrália e Indonésia e a leste das Ilhas Salomão, é cortado por inúmeras montanhas e cumes submarinos, bem como vulcões, estruturas que geralmente são formadas por erupções súbitas e gigantescas. Seu impacto é tamanho que, quando as erupções ocorrem, geram grandes mudanças no meio-ambiente, mas esse não parece ser o caso do Platô da Fronteira da Melanésia — seu ritmo lento e duradouro garantiu a ausência dessa interferência.

Formação do Platô da Melanésia

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A superestrutura do sudoeste do Pacífico teve seu início há muito tempo, e sua formação se dividiu em quatro estágios diferentes. Na bacia oceânica, pesquisadores de diversas universidades, como as de Nevada, da Califórnia, de Maryland College Park e do Havaí, coletaram uma única amostra do solo, indicando um aparentemente enorme evento único.

Contudo, como contou Kevin Conrad, autor principal do estudo sobre o tema e professor assistente da Universidade de Nevada ao site Live Science, uma análise mais profunda mostrou uma construção lenta. Análises geotérmicas foram realizadas em pedaços do Platô da Fronteira da Melanésia, das Montanhas Submarinas do Oeste Samoano, da Província Montanhosa Submarina do Leste Samoano e da Cadeia de Montanhas Submarinas de Tuvalu.

Isso indicou que a formação teve início no período Cretáceo, há cerca de 120 milhões de anos, com o primeiro estágio envolvendo uma enorme erupção de lava que formou algumas cadeias montanhosas no fundo do mar. Na segunda fase da formação do Platô, entre 56 milhões e 33,9 milhões de anos atrás, a litosfera — crosta rochosa mais externa do planeta — passou sobre uma região vulcânica conhecida como área ativa de Arago, criando mais montanhas e algumas ilhas oceânicas.

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Essas ilhas passaram por erosão e, eventualmente, afundaram sob a superfície. Na terceira etapa, durante o mais recente Mioceno, entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás, as mesmas ilhas e montanhas submarinas foram reativadas e formaram novos vulcões quando a litosfera passou sobre outra área ativa, a de Samoa. Essa região vulcânica ainda cria ilhas novas atualmente.

A última etapa ainda está ocorrendo. Nela, novas erupções vulcânicas no Platô surgiram por conta de uma deformação na litosfera, causada pelo recuo da placa tectônica do Pacífico a partir da trincheira de Tonga.

Complexa e longa, a história mostra como é a formação de algumas características geológicas das profundezas do mar, que, agora sabemos, podem ser menos cataclísmicas em algumas ocasiões. A equipe que estudou o caso propõe um novo termo para eventos com vários estágios como esse: “Superestruturas Oceânicas de Meio de Placa”.

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Fonte: Earth and Planetary Science Letters