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Essa pode ser a explicação para a violenta erupção do vulcão submarino em Tonga

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Março de 2022 às 16h51

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Reprodução/NOAA
Reprodução/NOAA

A erupção do vulcão submarino em Tonga, que ocorreu no sul do Pacífico em janeiro deste ano, foi, sem dúvidas, a maior explosão vulcânica dos últimos tempos. Agora, um estudo liderado pela Columbia University apresenta uma possível explicação para um evento tão poderoso como esse, cujas consequências foram globais.

Quando o vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Haʻapai entrou em erupção em 15 de janeiro, ele lançou uma enorme nuvem de material vulcânico a 58 km de altitude. Além dos tsunamis produzidos pela explosão, que atingiram várias costas do mundo, ondas atmosféricas viajaram ao redor do planeta.

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O novo estudo sugere que uma erupção menor, que aconteceu um dia antes da maior, afundou a abertura principal abaixo da superfície do oceano. Dessa maneira, quando a grande explosão aconteceu, a lava foi expelida diretamente do mar e vaporizou a água do mar em seu trajeto.

Essa vaporização intensificou a explosão e fragmentou os pedaços de lava em blocos de cinzas, de acordo com o estudo. Na atmosfera, a nuvem de cinzas, ao se chocar com os cristais de gelo, adquiriu uma grande carga elétrica — tanta energia, que o evento produziu 80% dos raios registrados na hora mais ativa da erupção.

Juntando as peças da erupção do vulcão em Tonga

Para chegar a essa explicação, a vulcanóloga Melissa Scruggs, coautora do estudo, explicou que ela e sua equipe reuniram todas as informações da erupção em Tonga até então disponíveis. “Qualquer coisa que estivesse disponível nas primeiras semanas", ressaltou.

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A partir desses dados, a equipe estimou que quase 2 quilômetros cúbicos de material (com peso de 2,9 bilhões de toneladas métricas) foram lançados pela erupção. No entanto, Scruggs disse que o volume da erupção, em si, não foi grande coisa, mas sim sua energia combinada à atmosfera e água do mar.

A maior parte da energia foi transferida para o deslocamento do ar (ondas atmosféricas) e da água (tsunamis) em escala global. Os maremotos que sucederam ao evento chegaram às regiões costeiras mais cedo do que o previsto, porque os modelos se baseavam em terremotos e não erupções vulcânicas.

A erupção em Tonga revela o potencial explosivo dos vulcões submarinos graças ao adicional da água do mar. A maior parte desses vulcões não é monitorada, pois são de difícil acesso e estão escondidos sob o oceano fora do campo de visão dos satélites.

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Para Scruggs, essa é uma oportunidade valiosa para entender a complexidade de erupções vulcânicas de alta energia que não apresentam padrões exatos, bem como a prevenção dos riscos apresentados pelas consequências do fenômeno.

O trabalho foi apresentado na revista Earthquake Research Advances.

Fonte: Earthquake Research Advances, Via ScienceAlert