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Cinzas de vulcão em Tonga sobem à atmosfera mas não representam risco ao clima

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Janeiro de 2022 às 16h10

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Reprodução/NOAA
Reprodução/NOAA

A erupção do vulcão submarino em Tonga, que aconteceu no Pacífico Sul em 15 de janeiro, lançou uma grande quantidade de cinzas vulcânicas para o alto, quantidade essa que atingiu uma altitude recorde nas camadas superiores da atmosfera terrestre.

A partir de dados de satélites, especialistas estimaram que a nuvem de cinzas atingiu uma altitude de 39 km, mas a análise será aprimorada nos próximos dias. Se confirmada, será a primeira vez que este material vulcânico é observado tão acima da superfície terrestre.

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Mas, mesmo com a enorme proporção da erupção do vulcão — já considerada a maior dos últimos tempos —, cientistas climáticos acreditam que a nuvem de cinzas não afetará o clima global, pois foi uma quantidade relativamente pequena quando comparada a eventos antigos de dimensões ainda mais catastróficas.

Nuvem de dióxido de enxofre

Erupções como a que ocorreu em Tonga lançam grandes proporções de dióxido de enxofre à atmosfera, e um efeito disso é o resfriamento temporário do clima. Em 1991, após a erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, um resfriamento do clima global foi percebido pelos dois anos seguintes.

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A erupção em Tonga lançou 400 mil toneladas métricas de dióxido de enxofre, o que corresponde a apenas 2% do material liberado pela atividade do Monte Pinatubo. Especialistas do clima acreditam que, por isso, nenhum reflexo considerável na temperatura global será notado.

A pluma do vulcão já avançou sobre a Austrália, localizada a mais de 4 mil km de Tonga. Segundo o Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica (NIWA, na sigla em inglês) da Nova Zelândia, as concentrações de enxofre acima do Oceano Pacífico atingiram níveis recordes.

Além disso, o dióxido de enxofre é nocivo à saúde humana e pode provocar irritações no sistema respiratório ou debilitar ainda mais pessoas que sofrem de doenças respiratórias, como a asma. Na atmosfera, esse gás pode reagir com a água presente lá e produzir chuvas ácidas, afetando vegetações.

Satélites de olho no vulcão de Tonga

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A 36 km de altitude na órbita da Terra, três satélites registraram em detalhes o momento da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Haʻapai. O primeiro registro pertence à empresa de observação terrestre Planet, cuja imagem foi tirada 90 minutos após a erupção. Veja a seguir:

Outro satélite, do programa europeu de monitoramento terrestre Copernicus, fotografou a ilha de Hunga Tonga-Hunga Ha'apai antes e depois da erupção, oferecendo uma perspectiva da destruição provocada:

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O terceiro registro é um antes e depois da capital de Tonga, Nuku'alofa, feito por um satélite da empresa Maxar Technologies. Apesar da proporção da atividade vulcânica, boa parte das edificações da ilha permaneceram de pé.

A onda de choque gerada pela erupção viajou pela atmosfera terrestre a uma velocidade de 1.100 km/h, produzindo, inclusive, mudanças de pressão atmosférica em toda a Europa. Veja a extensão das grandes ondas pelo globo:

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O vulcanologista Shane Cronin, da University of Auckland, lembrou que, entre o final de 2014 e início de 2015, o vulcão em Tonga já havia entrado em atividade, mas nada comparado à mais recente. Segundo Cronin, o vulcão pode lançar mais cinzas, gás e lava nas próximas semanas, além da possibilidade do colapso da cratera do vulcão — com potencial de gerar um novo maremoto.

Fonte: Via Space.com