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Como se forma um tsunami?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Janeiro de 2022 às 22h00

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Unsplash/Matt Paul Catalano
Unsplash/Matt Paul Catalano

Tsunamis são fenômenos que assustam por conta de seu poder de destruição. Mas como se forma um tsunami? Antes disso, exatamente o que é um tsunami? Em resumo, um tsunami é caracterizado por uma grande onda, cujo corpo de água foi deslocado por algum processo natural. A maioria é produzida por terremotos no fundo dos oceanos, mas o fenômeno também nasce de outros processos geológicos — todos envolvendo grandes forças.

No oceano, maremotos geram ondas aparentemente baixas se deslocando, mas quando elas eventualmente ganham força e chegam às regiões costeiras é que sua força se revela devastadora por meio de um tsunami.

O que é tsunami?

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A palavra “tsunami” vem do japonês, cujo significado literal é “onda de porto” devido aos efeitos devastadores que o fenômeno provoca nas regiões costeiras. O fenômeno é definido por uma grande onda produzida por atividades geológicas no oceano, como terremotos.

Um tsunami também pode ocorrer como uma sequência de ondas, dependendo da força que o gerou, podendo medir até 500 km de comprimento, atingir alturas de dezenas a centenas de metros e viajar a velocidades superiores a 800 km/h. Apesar de a maioria apresentar entre 10 a 20 metros de altura, alguns já ultrapassaram os 500 m — estes com mais de 100 m são chamados de megatsunamis.

Ao contrário de uma simples onda, onde os ventos só empurram a água da superfície, a passagem de um tsunami envolve o deslocamento de grandes volumes de água.

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À medida que a grande onda se aproxima da costa e alcança águas rasas, seu tamanho diminui, mas isso não significa que ela perca força. Como a energia que movimenta o tsunami não diminui, o que acontece é uma mudança em sua amplitude (altura), que se torna maior.

Segundo o Pacific Tsunami Warning Center, mais de 70% dos tsunamis são gerados pelo movimento das placas tectônicas no fundo dos oceanos. Por essa mesma razão, a maioria dos maremotos ocorre no Oceano Pacífico, pois é ali que se encontra o Círculo de Fogo do Pacífico, uma região de grande atividade tectônica.

Eventos que geram um tsunami

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Os terremotos são os principais criadores dos tsunamis: quando as placas tectônicas abaixo de oceanos se movem repentinamente e deslocam um grande corpo de água, acontece um maremoto. Mas este não é o único processo geológico pelo qual essas grandes ondas podem nascer. Também existem causas como deslizamentos de terra, erupções vulcânicas e até mesmo o impacto de meteoritos.

Deslizamentos de terra ocorrem no fundo do mar da mesma maneira que em solo. Normalmente, acontecem em regiões íngremes, como a borda da encosta continental. Basta que uma grande massa de sedimentos se desloque para produzir o tsunami.

Já as erupções vulcânicas produzem o maremoto a partir do colapso da caldeira vulcânica ou de seu cone. Ao se quebrarem, grandes blocos de rocha e terra dos vulcões podem cair no mar e dar origem a grandes ondas.

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Já o impacto de meteoritos é mais raro, mas ainda assim é um evento que pode ser forte o suficiente para deslocar grandes massas de água oceânica. Ainda há eventos menos catastróficos que podem formar tsunamis, como a queda de grandes blocos de gelo nas regiões polares.

O maior tsunami da história

O megatsunami da Baía Lituya é o maior tsunami do mundo de que se tem notícia, registrado em 9 de julho de 1958 no Alasca. A mais de 13 km da costa, um terremoto atingiu magnitude entre 7,9 e 8,3 na escala Richter, cujo abalo foi sentido em um raio de 400 mil km quadrados.

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A força do terremoto sacudiu a falha geológica de Fairweather e aproximadamente 30 milhões de metros cúbicos de terra, rocha e gelo desmoronou no mar. O impacto dessa grande massa produziu uma onda com 524 metros de altura, que varreu a vegetação à beira da baía, matando cinco pessoas.

Tsunami no Brasil

Felizmente, o Brasil se encontra distante das regiões de encontro entre placas tectônicas, onde ocorrem os abalos sísmicos — como no Círculo de Fogo do Pacífico —, mas, no dia 1º de novembro de 1755, a costa do Nordeste brasileiro foi surpreendida por um tsunami mesmo assim.

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Conhecido como o Sismo de Lisboa, ou Sismo de 1755, um terremoto de magnitude estimada em 8,7 na escala de Richter destruiu quase por completo a cidade de Lisboa, em Portugal. O abalo produziu um tsunami que se acredita ter atingido 20 metros de altura, matando mais de 10 mil pessoas.

O tsunami atravessou o Atlântico e atingiu a costa do Nordeste brasileiro, destruindo habitações costeiras. Na Paraíba, as ondas chegaram com até 1,8 metro de altura e estima-se que as águas tenham inundado até 4 km adentro da costa.

Como se proteger de um tsunami

Diferentemente de eventos como tornados e furacões, não há como determinar exatamente quando um tsunami será gerado. Diversas unidades de monitoramento sísmico do mundo acompanham os registros para avaliar as chances de um terremoto produzir uma grande onda, capaz de gerar um tsunami.

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Por isso, a medida mais eficaz para escapar de um possível tsunami é se manter informado sobre tais eventos que possam gerá-los — incluindo grandes terremotos e erupções de vulcões. A partir das informações desses abalos, as unidades de monitoramento fazem estimativas sobre o desenvolvimento de um possível tsunami e, assim, estimam a área de impacto da grande onda, alertando a região com antecedência.

O tsunami apresenta alguns avisos antes de chegar à costa, como o recuo da água da praia. Nesse caso, é necessário se afastar o mais rápido possível do local. De modo geral, o mais prudente é procurar por lugares altos, mas, cuidado, porque em regiões vulneráveis a abalos sísmicos um prédio também não é a melhor alternativa para se manter seguro.

Fonte: Geoscience Australia, NOAA, NASA; com informações de G1