Cientistas descobrem microcontinente entre o Canadá e a Groenlândia
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |

Cientistas descobriram, entre o Canadá e a Groenlândia, um microcontinente novo graças a dados da gravidade e da atividade sísmica no local, reconstruindo toda a placa tectônica da região. O corpo de terra recém-descoberto fica no chamado Estreito de Davis, que se põe entre a ilha e o continente americano.
Pesquisadores das universidades de Derby, no Reino Unido, e Uppsala, na Suécia, conduziram o estudo geológico. A pesquisa foi publicada na revista científica Gondwana Research. Apesar da região ser bem conhecida pela ciência, muitos mistérios ainda persistem, como o achado recente do continente norte-americano prova.
A formação do novo microcontinente
Segundo a equipe científica internacional, um longo período de rachadura e alargamento do leito oceânico formou as bacias oceânicas do Mar de Labrador e da Baía de Baffin, entre o Canadá e a Groenlândia. Há controvérsia, no entanto, sobre os movimentos continentais exatos entre essas faixas de terra, bem como a evolução tectônica do Estreito de Davis.
- Crosta da Terra revela as sete eras de transformação do planeta
- Camada escondida abaixo da crosta terrestre ajuda a compreender a astenosfera
O problema estava na crosta continental anormalmente espessa no mar da região, algo que os modelos não explicavam bem. Os pesquisadores, então, reconstruíram as características geológicas locais, descobrindo que a crosta é, na verdade, um microcontinente por si só — um bloco tectônico que se desligou do continente, sendo cercado por uma crosta oceânica mais fina.
A crosta possui entre 19 km e 24 km de espessura, e provavelmente começou a apresentar sua rachadura em um processo que começou há 118 milhões de anos. A separação dos continentes só aconteceu há 61,27 milhões de anos, no Mar de Labrador, com o afastamento seguindo, antes da Groenlândia colidir com a placa norte-americana. Foi nessa época que o microcontinente finalmente se formou.
A equipe científica espera que o achado ajude a entendermos melhor as placas tectônicas como um todo, aprendendo como seus movimentos podem afetar a vida humana.
O Canaltech também fala sobre ciência lá no YouTube! Confere esse vídeo: o robô inspirado em pangolim
Fonte: Gondwana Research