Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Placa tectônica perdida de 120 milhões de anos é encontrada em Bornéu

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Outubro de 2023 às 21h30

Link copiado!

NASA
NASA

Geólogos encontraram restos de uma placa tectônica de 120 milhões de anos que desapareceu sob outras camadas da Terra — um dia tendo ¼ do tamanho do Oceano Pacífico, a chamada Placa Pontus ficava nesse mesmo mar, entre a Indochina, Bornéu e Filipinas, dividindo as placas Australiana e Eurasiana.

A existência da placa foi deduzida ao juntar dados geológicos descobertos em cadeias de montanhas “enrugadas” e fragmentos oceânicos que apontam no topo de placas continentais ao longo da região Asiático-Pacífica. No início, se acreditavam ser restos de outras placas perdidas já conhecidas, mas trabalhos magnéticos indicaram a presença de outra, mais ao norte, desconhecida. Era a Pontus (grego para “mar).

Como uma placa tectônica é perdida?

Continua após a publicidade

As reconstruções dos cientistas, que vão até 160 milhões de anos no passado, mostram que a Placa Pontus ficava no oceano entre a Eurásia e a Austrália, que ficavam ligadas à Antártida para formar o supercontinente da Pangeia. Quando este se dividiu em outros continentes, a Pontus foi engolida por placas insurgentes carregando Bornéu e as Filipinas até onde ficam nos dias de hoje.

Uma das cientistas responsáveis, Suzanna van de Lagemaat, focou no que se chama Região da Junção, uma das regiões tectônicas mais complicadas do planeta, que começa no Japão, passa por Bornéu, Filipinas, Nova Guiné e chega até a Nova Zelândia. Ela se baseou em dados obtidos em pesquisa de campo, em conjunto com outras bibliografias, para reconstruir a história da dinâmica tectônica da região.

Junto ao seu supervisor, Douwe van Hinsbergen, a geóloga decidiu não usar dados paleogeomagnéticos no estudo, registros antigos do campo magnético da terra que ficam preservados nas rochas, na orientação da placa do Mar das Filipinas.

Continua após a publicidade

Há poucos dados sobre isso na região, que é bastante ativa e pode acabar gerando deformações nas previsões científicas ao invés de indicar o real movimento das placas regionais. A pesquisa, então, considerou toda a região do oeste do Pacífico e o mar que o precedeu, o Pantalássico, superoceano que cercava a Pangeia.

A regressão da simulação geológica chegou até o Período Jurássico e considerou o cenário mais simples de tectônica de placas, encaixando as simulações com as observações de campo. A equipe já havia previsto a existência de uma placa nova há 11 anos, com base em anomalias nos dados sísmicos, e a placa Pontus parece se encaixa perfeitamente nessas previsões. Sua submersão teria perturbado o caminho dos terremotos que ocorreram na região.

Restos da placa também foram achados em Palauã, ilha no oeste das Filipinas, e no Mar do Sul da China, o que fez sentido ao considerar que ela já esteve conectada à formação de Bornéu. Segundo van Hinsbergen, foi apenas depois da reconstrução de metade do Anel de Fogo de vulcões do Japão à Nova Guiné e Nova Zelândia, feita por van de Lagemaat, que a nova placa surgiu — ou emergiu, neste caso.

Continua após a publicidade

Fonte: Nature Geoscience, Gondwana Research, Utrecht University