Geólogos atualizam modelo de placas tectônicas da Terra
Por Danielle Cassita • Editado por Rafael Rigues |
Uma equipe de pesquisadores de diferentes universidades liderada por Derrick Hasterok, da University of Adelaide, produziu novos modelos das placas tectônicas da Terra, que mostram como os continentes foram organizados. Além de ajudar na compreensão de fenômenos naturais, como terremotos e erupções vulcânicas, os modelos podem ajudar os cientistas a entender melhor a história de nosso planeta.
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Hasterok explica que a equipe trabalhou com o que se sabe atualmente sobre as fronteiras das placas tectônicas, junto da construção da crosta continental no passado. “Os continentes foram montados com algumas peças por vez, como se fosse um quebra-cabeças, mas a cada vez que o ‘jogo’ era finalizado, elas eram cortadas e reorganizadas para produzir uma nova imagem”, disse.
Para o estudo, a equipe produziu modelos geológicos de placas, de província e de orogenia, cada um com diferentes finalidades e vantagens: o das placas, por exemplo, pode ser usado para aprimorar modelos de riscos de perigos geológicos, enquanto o da província pode auxiliar nas buscas por minerais.
Já o modelo de orogenia é importante para a compreensão dos sistemas geodinâmicos e da evolução da Terra. “Há 26 orogenias [o processo de formação de montanhas] que deixaram marcas na arquitetura atual da crosta”, observou Hasterok. “Muitas delas, mas não todas, estão relacionadas à formação dos supercontinentes”.
O novo modelo das placas conta com algumas microplacas, incluindo a de Macquarie, no sul da Tasmânia, e a de Capricórnio, que separa as placas indiana e australiana. “Para enriquecer o modelo, adicionamos mais informações precisas sobre as fronteiras das placas das zonas de deformação; modelos anteriores mostraram-nas como áreas discretas, ao invés de zonas amplas”, disse.
No vídeo abaixo, você confere a arquitetura da Terra representada pelos novos modelos:
Uma mudança considerável foi observada no modelo das placas da América do Norte. É que, normalmente, a região oeste dela tem fronteira com a placa do Pacífico, desenhada como as falhas tectônicas de San Andreas e Queen Charlotte. “Mas a nova fronteira recém-desenhada é muito maior, com aproximadamente 1.500 km, do que a zona anteriormente delineada”, ressaltou Hasterok.
Segundo a equipe, o novo modelo de placas tectônicas explica melhor a distribuição espacial de 90% dos terremotos e de 80% dos vulcões dos últimos dois milhões de anos. “Nosso trabalho permite atualizar os mapas das placas tectônicas e da formação dos continentes em livros didáticos”, sugeriu o autor. “Estes modelos de placas foram criados a partir de outros modelos topográficos e de sismicidade global, e não foram atualizados desde 2003”.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Earth-Science Reviews.
Fonte: Earth-Science Reviews; Via: University of Adelaide