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Bolhas no espaço podem ajudar a resolver a crise climática, dizem cientistas

Por| Editado por Rafael Rigues | 17 de Agosto de 2022 às 17h45

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Reprodução/Pixabay
Reprodução/Pixabay

Pesquisadores do MIT propuseram uma solução estranha para os problemas climáticos: enviar estruturas cheias de bolhas ao espaço para bloquear pelo menos 1,8% da luz solar. A ideia é mitigar os efeitos dos gases estufa — o desafio é mostrar como fazer isso e provar que o resultado será o esperado.

A mudança climática não é apenas um problema real, como também um assunto urgente. As emissões humanas de gases de efeito estufa são o principal fator que leva o planeta a alterações que colocam em risco as plantações, a qualidade de vida e a própria saúde da população e dos animais de todas as espécies.

O aumento nas temperaturas médias do globo pode levar ao aumento do nível do mar, colocando cidades inteiras sob risco de inundação. O dano já causado em pouco mais de um século pode ser irreversível por décadas, ou até séculos, mesmo se eliminássemos todas as emissões dos gases hoje.

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E se, em vez de remover carbono da atmosfera, houvesse uma maneira de limitar a quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra? Os autores do novo estudo argumentam que “geoengenharia pode ser nossa última e única opção. No entanto, a maioria das propostas de geoengenharia são limitadas à Terra”.

Para a equipe do MIT, essa limitação “representa enormes riscos para nosso ecossistema vivo”. Então, qual a solução? Intervenções implementadas no espaço. “Por exemplo, se desviarmos 1,8% da radiação solar incidente antes dela atingir nosso planeta, poderíamos reverter totalmente o aquecimento global de hoje”, disseram.

A solução seria uma espécie de “jangada” repleta de bolhas, que poderiam ser fabricadas diretamente no espaço. Ela ficaria em um ponto de Lagrange entre a Terra e o Sol, o que faria a jangada seguir a órbita da Terra sem influência gravitacional de astros como o Sol e outros planetas.

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Claro, isso representa um desafio enorme de engenharia, e a equipe reconhece a necessidade do apoio massivo de governos de todo o globo para tornar o projeto real. Eles também têm um “estudo abrangente da capacidade de sombreamento [fornecido pelas bolhas] e seu impacto na biosfera e nas atividades humanas”

A equipe argumenta que essa solução seria totalmente reversível: se não funcionar como gostaríamos, basta mover a órbita da jangada para longe ou desmontá-la. Mas há ainda algumas perguntas que ainda precisam de respostas.

Uma delas é sobre a capacidade dessas bolhas em resistir aos raios e ventos solares e micrometeoróides. Outra dúvida de astrofísicos como Paul M. Sutter é: quais seriam os efeitos de bloquear 1,8% da luz solar ao longo de anos, décadas e séculos? De que modo isso impactaria o ciclo da água em nosso planeta, por exemplo?

Qualquer tentativa honesta de resolver ou mitigar o problema climático é válida, mas um desafio de engenharia como este exige muita pesquisa, esforço e conscientização. Afinal, essa proposta não anula a necessidade de reduzir drasticamente as emissões dos gases de efeito estufa.

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Fonte: MIT; via: Space.con