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Dados de satélites são cruciais para prever consequências de mudanças climáticas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Março de 2022 às 16h00

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Pok Rie/Pexels
Pok Rie/Pexels

O mais recente relatório climático da ONU apontou as principais consequências das mudanças climáticas na Terra. O documentou usou dados de satélites obtidos a longo prazo pela Iniciativa de Mudança Climática da Agência Espacial Europeia (ESA) para analisar os principais aspectos do clima global.

Publicado no dia 28 de fevereiro, este é o segundo relatório climático recente do IPCC. No ano passado, a primeira parte do documento apontou os aspectos físicos do clima global em mudanças. Já a terceira parte ainda apresentará maneiras de reduzir as emissões de gases de efeitos estufa, com previsão de ser divulgada em abril deste ano.

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O documento da vez estima que entre 3,3 a 3,6 bilhões de pessoas morem em regiões consideradas “altamente vulneráveis às mudanças climáticas”. Além disso, esses impactos são distribuídos de maneira desigual e afetam, em sua maioria, as populações mais pobres.

Com base em mais de 34 mil pesquisas científicas — incluindo a cobertura de satélites de observação da Terra —, o relatório demonstra como eventos climáticos mais extremos, como ondas de calor e incêndios florestais, estão afetando a produção de alimentos e produzindo severos danos às cidades.

Os dados da Iniciativa para as Alterações Climáticas (CCI, na sigla em inglês) da ESA foram imprescindíveis para a análise do IPCC, pois informaram os impactos das alterações climáticas em uma variedade de sistemas da Terra, como os terrestre e oceânicos.

Iniciativa climática da ESA

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A pesquisadora Marie-Fanny Racault, coautora do relatório, usou os dados para avaliar o impacto das mudanças climáticas na interação de fitoplâncton com seu meio ambiente nos oceanos. “Os produtos ESA-CCI oferecem um grande potencial para soluções de adaptação baseadas em tecnologia”, disse Racault.

Os dados climáticas ajudaram a entender como as mudanças climáticas estão afetando os maiores lagos do mundo. Estudos recentes apontam para ondas de calor mais frequentes e intensas nesses corpos d’água, levando à proliferação de algas e degradando a qualidade da água.

Enquanto isso, os dados de cobertura terrestre indicam a perda da biodiversidade de mais de 50% espécies que vivem atualmente em ecossistemas em cerca de um terço da superfície terrestre. América do Sul, sul da África, a maioria da Austrália e altas latitudes do norte serão as regiões mais afetadas.

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Outro dado crucial foi o monitoramento das alterações humanas no ciclo da água global e na camada de gelo global (chamada criosfera). Em algumas partes do mundo, a umidade variou, diminuindo mais de 20% em algumas regiões entre o final da década de 1970 e meados de 2010.

Quando se trata do gelo global, os dados demonstram perdas massivas de neve na América do Norte, calculadas entre 4,6 bilhões de toneladas de gelo perdidos anualmente entre 1980 e 2018. A atual taxa de derretimento das geleiras contribui de 25 a 30% com o aumento do nível dos oceanos.

Fonte: ESA