ONU quer que alertas climáticos sejam emitidos em todo o mundo dentro de 5 anos
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 24 de Março de 2022 às 17h18
A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que, nos próximos cinco anos, todos os países terão sistemas de alerta precoce dos eventos cada vez extremos das mudanças climáticas. A meta foi anunciada nesta semana pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, data em que se comemorou o Dia Mundial da Meteorologia.
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O importante esforço para desenvolvimento de sistemas abrangentes de alertas será liderado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o braço da ONU à frente das questões climáticas. Hoje, estima-se que pelo menos um terço da população mundial esteja vulnerável a eventos como enchentes e tempestades.
Ao todo, o projeto custará US$ 1,5 bilhão, mas, segundo a ONU, esse valor nem se compara com os gastos relacionados aos danos provocados pelos desastres meteorológicos. Os sistemas alertam eventos como inundações, secas, ondas de calor e tempestades.
Tais alertas permitirão que a população e autoridades se mantenham atualizadas em relação ao clima perigoso, de modo a estabelecer medidas antecipadas que minimizem ao máximo os impactos desses fenômenos, que tendem a se tornar mais frequentes e severos.
Investimento para o futuro
O plano completo será apresentado pela OMM na próxima conferência climática da ONU, que acontecerá em novembro deste ano, no Egito. A organização acredita que esse investimento será fundamental para salvar inúmeras vidas, proteger os mais vulneráveis e também aliviar a economia dos países mais pobres.
Segundo a OMM, o número de desastres climáticos registrados entre 1970 e 2019 teve um aumento de cinco vezes. À medida que as mudanças climáticas se tornaram mais intensas, os eventos climáticos mais extremos também aumentaram. Por outro lado, ao menos a tecnologia de monitoramento melhorou bastante nesse período.
Em 2015, o Acordo de Paris estabeleceu a meta de limitar o aquecimento global em até 1,5 °C em relação ao período anterior à Revolução Industrial. Para isso, é necessário reduzir 45% das emissões de CO2, mas, na realidade, estimativas preveem um aumento de 14% desse gás ainda nesta década.
Fonte: ONU Brasil