Quanto ganha um YouTuber? Saiba como funciona a monetização
Por Caio Carvalho | Editado por Bruno Salutes | 28 de Outubro de 2021 às 20h00
Centenas de criadores de conteúdo já conseguem ganhar dinheiro apenas postando vídeos do YouTube (Android | iOS | Web). E é isso o que vamos explicar neste artigo, destacando pontos importantes sobre como funciona a monetização que o YouTube oferece.
- Como criar um canal no YouTube?
- Como usar o Youtube Creators para criar vídeos de sucesso
- Como conseguir o selo de conta verificada no YouTube
Embora seja fácil abrir um canal no YouTube, fazer uma grana com o serviço é uma história bem mais complicada. Além de atender alguns requisitos mínimos no canal, o criador de conteúdo precisa correr atrás de exigências técnicas para obter o dinheiro pago pelo YouTube.
A seguir, veja as dúvidas mais comuns sobre como funciona a monetização no YouTube. Ao final do texto, você vai ter uma ideia de quanto mais ou menos ganha um YouTuber na plataforma.
Como ganhar dinheiro com o YouTube
Os usuários que desejam monetizar em cima dos vídeos do YouTube precisam ingressar no Programa de Parcerias do YouTube, que funciona como uma espécie de contrato. Feito isso, são necessários os seguintes pré-requisitos:
- O canal precisa ter pelo menos mil inscritos e no mínimo quatro mil visualizações nos últimos doze meses;
- O dono do canal deve ter idade mínima de 18 anos.
Canais que desrespeitarem o Programa de Parcerias do YouTube não estão aptos para receber dinheiro monetizado pelos vídeos. Entre as causas de violação está o uso de materiais com direitos autorais sem autorização, palavrões nos primeiros minutos do vídeo, nudez, violência, incitação ao ódio, automutilação e outros temas sensíveis ou considerados ofensivos.
Vídeos que tenham muitos dislikes ou comentários negativos também podem servir de parâmetro para que o YouTube recuse o usuário no Programa de Parcerias.
Como funciona a monetização do YouTube
Após se inscrever no Programa de Parcerias, você deverá aguardar uma resposta do YouTube, que por sua vez analisará vários aspectos do seu canal e dos seus vídeos. Caso o pedido seja aprovado, você poderá optar por algumas formas de monetização.
Anúncios
É a maneira mais comum para ganhar dinheiro pelo YouTube. Os anúncios são aqueles comerciais que aparecem antes de um vídeo começar, mas também podem vir na forma de sobreposição (um pequeno card em cima do vídeo) e cartões patrocinados. Em todas as opções, banners de publicidade são exibidos à direita a tela, acima das playlists.
Clubes dos canais
Os clubes dos canais dão um passo adiante nos anúncios comuns e funcionam como uma assinatura paga individualmente. Este é um método já usado em outras plataformas, como a Twitch e o Facebook Gaming, em que os criadores podem oferecer conteúdo exclusivos, lives privadas, emojis e outras vantagens mediante o pagamento de uma mensalidade.
Agora vem o pulo do gato: os clubes dos canais só estão disponíveis para canais com mais de 30 mil inscritos. Portanto, ter sido aceito no Programa de Parcerias do YouTube não basta.
Super Chat e Super Stickers
O Super Chat (doações) e o Super Stickers (adesivos exclusivos) são recursos habilitados apenas em transmissões ao vivo no YouTube. Os espectadores podem doar entre R$ 1 a R$ 500. Dependendo do valor pago, eles terão seu comentário ou adesivo destacados no chat por mais ou menos tempo.
YouTube Premium
A versão paga do YouTube também serve com fonte de receita para canais inscritos no Programa de Parcerias. Neste modelo, o criador não depende de anúncios ou outras formas de monetização por publicidade, uma vez que recebe uma fatia das taxas de assinatura. O valor pago é proporcional à quantidade de assinantes que assistiram os vídeos do canal.
Para monetizar com o YouTube Premium, o usuário precisa ter conteúdo criado especificamente para espectadores assinantes da versão paga do site.
Estante de produtos
Outra alternativa para monetizar com vídeos do YouTube é destacar produtos em uma pequena loja virtual embutida no próprio YouTube. Essa loja, que pode incluir itens de uma determinada marca, aparece abaixo da descrição do vídeo.
Vale ressaltar que, para incluir os produtos junto do vídeo, o canal precisa ter no mínimo 10 mil inscritos.
Quanto o YouTube paga para os criadores?
O valor que o YouTube paga aos criadores de conteúdo varia de acordo com a forma de monetização adotada pelo usuário. Em todas elas, o YouTube fica com uma parte da receita.
Para os anúncios, por exemplo, os participantes do Programa de Parcerias podem receber entre US$ 0,25 e US$ 4 a cada mil visualizações de uma única propaganda — o chamado “Custo por Mil” (CPM). O valor não é fixo porque será baseado no tempo que o espectador viu o comercial (se foi inteiro ou apenas uma parte) e se ele clicou no link do anúncio.
Já nos clubes dos canais, é cobrado o preço fixo de R$ 7,99 por mês de cada assinante. Desse valor, o YouTube fica com 30% — ou seja, R$ 2,39. O restante é do administrador do canal.
Os mesmos 30% ficam com o YouTube para cada valor pago através do Super Chat e do Super Stickers. Então, se um espectador doar R$ 100 para um canal durante uma transmissão ao vivo, o YouTube leva R$ 30 daquele valor total.
Como é feito o pagamento do YouTube
O pagamentos feitos pelo YouTube aos criadores de conteúdo são feitos pelo AdSense, a plataforma de publicidade do Google. Logo, quem não tem cadastro precisa se inscrever caso queira receber a monetização paga pelo YouTube.
É só por meio do cadastro no AdSense é que o administrador conseguirá vincular o canal ao perfil na plataforma de anúncios. Fique atento, pois, por medida de segurança, pode ser que o AdSense peça para você ir até uma agência do banco em que você tem conta para gerar um PIN. Só então é que seu perfil no AdSense é vinculado ao canal do YouTube.
Todos os pagamentos gerados por receita no YouTube são feitos em dólar, e só é possível transferi-los para uma conta bancária caso o saldo no AdSense seja de, no mínimo, US$ 100. Por ser uma transferência em que o dólar será convertido em real, há cobranças de taxas que incidem sobre a operação.
Quanto ganha um YouTuber com mais de 1 milhão de inscritos
O YouTube não divulga o percentual arrecadado com publicidade pelos canais, nem valores exatos sobre quanto ganham os criadores de conteúdo. Nem os próprios YouTubers costumam divulgar publicamente seus ganhos mensais com a plataforma, uma vez que isso depende de vários fatores como números de visualizações, assinantes mensais, entre outras métricas.
Ainda assim, sites como o Social Blade fazem estimativas dos ganhos de alguns dos maiores canais do YouTube. Lembre-se disso: são apenas estimativas, e não os ganhos reais, que certamente sofrem variações a todo o instante devido ao número de assinantes e visualizações.
Em uma rápida pesquisa, entre os canais que mais faturam mensalmente com o YouTube estão:
- T-Series — entre US$ 610 mil e US$ 9,8 milhões (196 milhões de inscritos);
- Cocomelon Nursery Rhymes — entre US$ 410,2 mil e US$ 6,6 milhões (120 milhões de inscritos);
- Like Natsya — entre US$ 162,8 mil e US$ 2,6 milhões (77,4 milhões de inscritos);
- Ryan’s World — entre US$ 94,8 mil e US$ 1,5 milhão (30,8 milhões de inscritos);
- PewDiePie — entre US$ 27,7 mil e US$ 443 mil (110 milhões de inscritos);
- Dude Perfect — entre US$ 24,7 mil e US$ 395 mil (56,8 milhões de inscritos).
Quanto ganha um YouTuber por mês no Brasil
Assim como os YouTubers gringos, o YouTube não divulga a receita paga para os criadores de conteúdo brasileiros. Entretanto, usando o mesmo site, podemos ter uma estimativa de quanto alguns dos maiores canais administrados por brasileiros conseguem levantar com vídeos na plataforma.
- Luccas Neto — entre US$ 59,2 mil e US$ 947,1 mil (36 milhões de inscritos);
- Galinha Pintadinha — entre US$ 52,8 mil e US$ 844,9 mil 28,4 milhões de inscritos);
- Felipe Neto — entre US$ 51,7 mil e US$ 827,7 mil (43,1 milhões de inscritos);
- Marília Mendonça — entre US$ 31,9 mil e US$ 510,8 mil (21,9 milhões de inscritos);
- KondZilla — entre US$ 31,6 mil e US$ 506,2 mil (65 milhões de inscritos);
- Você Sabia? — entre US$ 14,6 mil e US$ 234,4 mil (41,6 milhões de inscritos).
Fonte: YouTube, Netshow, Social Blade