Perplexity Ask | Buscador aposta na IA para desbancar o Google
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 11 de Fevereiro de 2023 às 17h00
O Perplexity Ask é uma ferramenta de pesquisa que aposta em inteligência artificial para rivalizar com o Google. O buscador foi criado com a tecnologia GPT-3.5, a mesma que embasa o ChatGPT, portanto tem como premissa apresentar respostas para dúvidas dos usuários em vez de mostrar sites.
O serviço funciona de modo semelhante ao chatbot de conversa: há um campo de texto onde o usuário digita sua pergunta. Em vez de apenas responder a algo com base em conhecimentos prévios, o algoritmo do robô pesquisa as respostas no MicrosoftBing, analisa a pertinência e exibe para a pessoa.
O Bing é escolhido por uma razão simples: a Microsoft é acionista da OpenAI, criadora da tecnologia GPT, e já implementou o serviço no buscador. Fica mais simples trabalhar com uma interface amigável e integrada do que desenvolver algo do zero, caso o Google ou qualquer outra plataforma tivesse sido a opção selecionada.
Quando foi lançado o Perplexity Ask?
O buscador Perplexity Ask foi lançado no final de 2022 e pegou carona na solução da OpenAI para se tornar conhecido. Na página inicial, o serviço exibe quais os tópicos populares naquele momento, baseados nas perguntas mais feitas pelos usuários, nos fatos recentes publicados na imprensa mundial e até em conversas do Twitter.
O serviço usa uma interface de buscas chamada BirdSQL, a qual é capaz de encontrar publicações específicas e até emojis relacionados. Se você quiser saber em quais posts um influenciador usou um emoji de coração, por exemplo, poderá pedir para o Perplexity localizar.
Infelizmente, isso é restrito apenas ao Twitter, já que a capacidade do buscador não se estende a Instagram, Facebook e outras redes sociais. Mesmo assim, dá para localizar até matérias jornalísticas que usem os emojis, uma prova da capacidade de varredura.
Como funciona
Para funcionar corretamente, é indicado trabalhar fazendo perguntas ao Perplexity Ask, como sugere o termo ask. O primeiro passo é não se assustar com a interface em inglês, pois a ferramenta consegue entender dúvidas em português e responder na mesma língua.
O segundo passo é saber escrever exatamente o que você precisa. Quanto mais abrangente for a sua dúvida, mais genérica será a resposta do Perplexity. Se você trabalhar com questões mais fechadas, perguntando coisas como "o que é" ou "como fazer", a chance de sucesso é muito maior.
Se a resposta estiver incompleta, existe a possibilidade de oferecer algum contexto para ajudar o serviço. Suponha que você pergunte qual é o clima em fevereiro e a ferramenta responda como sendo inverno, porque se baseou no hemisfério norte. É só você dizer que precisa saber o clima de fevereiro no Brasil, assim a IA vai entender a necessidade de uma informação localizada e buscar a resposta correta.
Indicação de fontes e créditos
Uma das principais diferenças desta IA para o ChatGPT é a indicação das fontes. Toda vez que o mecanismo de pesquisa apresenta uma resposta, ele exibe de onde retirou tais informações. Logo abaixo do campo de texto há dois colchetes marcados em azul com a quantidade de referências, o nome de cada site e os links para eles.
Esta é uma forma inteligente de tirar um pouco da responsabilidade da ferramenta. Ao apontar para sites, o Perplexity mostra que apenas extraiu informações produzidas por humanos. Se existe algo de errado, provavelmente foi falha de quem escreveu o artigo e não, necessariamente, da IA de resultados.
Você ainda pode avaliar se a resposta foi satisfatória (Accurate) ou insatisfatória (Inaccurate). Esse feedback é fundamental para orientar o algoritmo de IA sobre a correção dos dados apresentados, o que ajuda a otimizar a ferramenta com o passar do tempo.
Qual o futuro do Perplexity Ask?
A tecnologia GPT-3.5 é um modelo de inteligência artificial criado pela empresa OpenAI, a criadora do DALL-E 2 e do ChatGPT. Ele se destaca pela criação de textos com respostas humanizadas, simulando uma conversa entre pessoas de maneira natural.
Usar essa tecnologia não significa que o Perplexity Ask seria uma mera cópia, já que cada modelo pode ser treinado de formas diferentes. No caso aqui citado, ela segue um sistema de busca na web em vez de apenas dar respostas. Não se sabe ainda se o serviço poderia introduzir o GPT-4, já presente no Bing, ou se conseguiria evoluir a linguagem atual para superar a tecnologia mais avançada.
Segundo os desenvolvedores, a ferramenta receberá constantes adições e melhorias, por isso deve ficar mais completa ao longo do tempo. O banco de dados também segue em ampliação, conforme a indexação do Bing.
É claro que a competição com outros buscadores é uma missão ingrata para o Perplexity Ask. Seria improvável que a ferramenta conseguisse superar os rivais, ao menos usando o atual formato. Mesmo assim, é interessante ver como as empresas de tecnologia estão empenhadas em destronar o Google e a Microsoft, pensando em algo que pode estar à frente das soluções das empresas tradicionais.