Os 10 maiores flops da internet dos últimos 10 anos
Por Igor Almenara • Editado por Douglas Ciriaco | •

Os últimos dez anos de internet foram transformadores para o mundo inteiro, mas nem toda ideia emplacou no mundo digital. Ao longo da história, pequenos criadores e até grandes corporações apostaram em produtos que, no papel, pareciam promissores, porém, não foram tão bem recebidas pelos usuários em geral.
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Para relembrar esses fracaços da web — que, em alguns casos, nem foram tão ruins assim —, o Canaltech reuniu alguns dos maiores "flops" da internet dos últimos dez anos. Será que você consegue se lembrar deles?
10. Google+
A mais malfadada das tentativas do Google em emplacar no mercado de redes sociais sem dúvida foi o Google+. A plataforma nasceu em junho de 2011 e trouxe ideias interessantes ao longo de sua vida, como os Círculos (que permitia separar os grupos de amigos no feed), o Google Fotos (sim, o Fotos nasceu dentro do G+) e a forte integração com outros serviços da companhia.
Por um tempo, o Google+ conseguiu conquistar sua base fiel, especialmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, mas a disputa com outras plataformas era ferrenha: Facebook, Instagram e Twitter eram fortes concorrentes nesse período e, no Brasil, havia a preferência por algo próximo do Orkut cuja demanda o Google nunca mais conseguiria atender.
Então, em janeiro de 2019, o Google anunciou a desativação de todas as contas pessoais do Google+. O fim definitivo aconteceu em 2 de abril de 2019.
9. Google Reader
O Google Reader foi outro serviço que teve seu momento de brilhar, mas caiu no esquecimento com o tempo. Trata-se de uma aplicação web da Gigante das Pesquisas com a simples função de ler e agrupar feeds RSS, reunindo em um só lugar atualizações de diferentes sites do interesse do leitor.
A ferramenta foi lançada em outubro de 2005 e durou até julho de 2013. Até hoje, porém, há quem sinta falta da sua simplicidade, e provavelmente por isso o Google tenta embarcar recursos estilo Reader em outros programas, como no Chrome.
8. Redes sociais baseadas em anonimato
Interagir com outras pessoas de forma totalmente anônima pela internet nem sempre parece o ideal, mas já foi moda nessa década. Plataformas como Ask.fm, Secret e Sarahah tinham dinâmicas diferentes, mas uma característica forte em comum: publicações, perguntas ou mensagens podiam ser enviadas sem revelar a sua identidade.
De primeira, essa ideia é divertida, mas é a receita para o desastre — se as redes sociais que identificam usuários, como Twitter e Facebook, ainda sofrem com discurso de ódio e assédio, imagine um site que esconde a autoria dos posts. Possivelmente por essa razão, essas plataformas até fizeram sucesso por algum tempo, mas não conseguiram se manter.
O Ask.fm, por exemplo, nasceu em 2010 e existe até hoje. Porém, o site está com visual totalmente diferente e tem uma dinâmica bem distinta daquela que impulsionou sua popularidade na década passada.
7. Fleets do Twitter
Os Stories do Instagram são parte importantíssima do aplicativo, mas você sabia que a ideia não surgiu deles? O conceito foi implantado primeiro no Snapchat e, devido ao sucesso, copiado em outras plataformas — e no Instagram deu certo, ao contrário do que rolou com iniciativa semelhante na Rede do Passarinho.
Os Fleets foram o formato de posts temporários da Rede do Passarinho Azul e seguiam dinâmica idêntica à dos rivais: posts em vídeo ou foto que ficariam disponíveis aos seus seguidores pelas próximas 24 horas. A função nasceu em março de 2020, mas logo em agosto de 2021 foi encerrada — fazendo sucesso em seus últimos dias de existência, inclusive.
6. Google Wave
O Google Wave foi uma ideia ambiciosa da companhia de maio de 2009: um protocolo de comunicação web que integrava e-mail, mensageria instantânea e "wiki" com pitadas de redes sociais. A ideia era promissora e dá para encontrar heranças do Wave em vários serviços da empresa, incluindo o Google Chat, o Docs e o Gmail.
Contudo, a ferramenta não emplacou. É difícil cravar um motivo específico, mas a enorme variedade de recursos dispostos numa interface confusa pode ter sido uma das razões — afinal nem todo mundo tem tempo para aprender a mexer numa plataforma web tão repleta de funções. Em 2010, o Google Wave parou de ser desenvolvido por falta de adesão e, em 2012, ele foi definitivamente encerrado.
5. IGTV
O IGTV do Instagram é um belo exemplo de como a internet pode ser imprevisível com tendências. Em junho de 2018, a rede social da Meta inaugurou o formato de vídeos longos e começou a implementá-lo na plataforma. A ideia era concorrer diretamente com conteúdo mais robusto, ao lado do YouTube.
O Instagram, porém, vivia um grave problema com redundâncias de formatos — e piorou ainda mais com a chegada do Reels. Era difícil entender quais vídeos vinham do feed, quais eram Stories e quais eram IGTV. O formato até chegou a ter um aplicativo próprio, mas não fez tanto sucesso.
Aos poucos, o recurso morreu. Em 2020, o Instagram removeu o atalho para a seção dedicada do IGTV de dentro do app principal; em 2021, o app autônomo mudou de nome, e pouco a pouco a rede de Mark Zuckerberg transferiu seu foco para o Reels, formato de vídeos curtos que disputa com o TikTok e o YouTube Shorts.
4. Fotolog
Criado em 2002, o Fotolog fazia algo bem básico para o que existe atualmente: era um site de fotografias que permitia subir fotos para a nuvem e compartilhar com amigos e familiares. A ideia era ser uma plataforma inteiramente baseada em mídias estáticas, assim como o Instagram foi em seus primeiros dias.
A disputa com outras redes sociais, porém, tomou o Fotolog por inteiro e tornou o serviço completamente obsoleto. Em 2019, o site foi desativado e retirado do ar — na época, com cerca de 22 milhões de contas.
3. Google Knol
A Wikipédia é um acervo de conhecimento amplamente conhecido na internet, mas, em julho de 2008, o Google tentou abocanhar parte desse sucesso. O Google Knol foi uma enciclopédia online com conteúdo gerado e revisado pela própria comunidade (coincidência, né?), mas com uma promessa de ser algo com respaldo de especialistas de diversas áreas do conhecimento.
A ideia, aparentemente, não rendeu tantos frutos e, em maio de 2012, teve seu fim anunciado. Desde então, o conteúdo não podia mais ser visualizado, apenas exportado para preservação e, em outubro, o site foi retirado do ar.
2. Apps exclusivos para lives
Quando transmissões ao vivo ainda não estavam disponíveis nas principais redes sociais, quem assumia a responsabilidade de tornar isso possível eram apps independentes e exclusivos para tal. Dessa ideia nasceram serviços como Twitcam, Periscope (que seria adquirido pelo Twitter e posteriormente aposentado) e Meerkat, todos com a função de possibilitar a criação de lives para as redes sociais.
Não dá para dizer que a ideia era ruim, mas a criação de apps exclusivos para essa finalidade, sim. Com o tempo, a transmissão ao vivo foi incluída entre as capacidades dos apps das principais redes sociais e não era mais necessário baixar ferramentas adicionais para isso.
1. Vine
Um dos mais loucos fracassos da última década foi o Vine, uma rede social que, assim como TikTok, apostava no formato de vídeos curtos. A plataforma foi fundada em junho de 2012, fez enorme sucesso e chegou a ser comprada pelo Twitter naquele mesmo ano.
A ideia do app era dar um lugar para gravar e publicar vídeos de até seis segundos — e, numa época que posts curtos não eram moda, isso era inovador. Muitos humoristas e criadores de conteúdo começaram a partir do Vine, aproveitando o altíssimo potencial de viralização da rede social.
Talvez por uma má direção de negócios, ou pelos hábitos online mais comuns daquela época, o Vine caiu no esquecimento tempos depois. Em outubro de 2016, o Twitter anunciou o fim da plataforma, e, em 2019, um executivo da empresa admitiu que ter comprado o app de vídeos foi um erro.