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1º doodle do Google comemora 25 anos; conheça a história

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Unsplash/Pawel Czerwinski
Unsplash/Pawel Czerwinski
Tudo sobre Google

O Google é o site mais acessado da internet, com uma interface extremamente limpa e com pouquíssimos elementos. Periodicamente, porém, todo esse minimalismo recebe adições cheias de personalidade na forma dos doodles, alterações visuais no famoso logo da empresa usadas para comemorar ocasiões especiais, celebrar datas ou informar os usuários sobre acontecimentos e figuras históricas.

O primeiro doodle foi publicado em 30 de agosto de 1998, fazendo referência ao festival Burning Man. O evento de contracultura realizado no Deserto Black Rock, nos Estados Unidos, contaria naquele ano com a presença de Sergey Brin e Larry Page; os fundadores já eram figuras conhecidas da internet, mas o Google ainda não era a potência dos dias de hoje. A ideia fez sucesso, com os usuários aprovando a inserção do boneco que é símbolo do acontecimento no logo do buscador.

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Dois anos depois, os doodles se tornaram uma presença constante na home page da gigante, com muitas das alterações virando notícia e chamando a atenção dos usuários. Desde então, mais de cinco mil logos criativos foram publicados pela empresa, que inclusive armazena todos em um arquivo, com direito também aos sites originais que traziam informações e dados sobre o elemento ou figura a que eles faziam referência.

Um aviso de status do Google para o mundo

Brin e Page não imaginaram que, ao colocar um bonequinho relativamente simples atrás da já icônica logo, acabariam iniciando um fenômeno. Eles já descreveram a ideia por trás da adição como um simples aviso de que estariam fora do escritório por alguns dias, em caso de problemas com os servidores. Ainda que o Burning Man tenha relevância cultural, ele não era necessariamente um evento de trabalho.

O que começou dessa maneira simples se tornou algo corriqueiro, embalado por outra moda comum da internet. Os mais jovens não vão se lembrar, mas houve um tempo em que sites e serviços online “decoravam” suas interfaces em eventos comemorativos, com logos ganhando chapéu de Papai Noel e neve caindo sobre os textos publicados. Antes de se tornarem um elemento com esse nome, inclusive, eram estas as alterações que o Google fazia.

Entre alienígenas abduzindo as letras que formavam a palavra Google e mudanças comemorativas para os principais feriados dos EUA, essa leva inicial de doodles ficou sob a responsabilidade de Susan Wojcicki — antes de ser a CEO do YouTube por quase 10 anos, ela fazia parte do marketing do Google. O artista Ian David Marsden foi o responsável pelas artes oficiais dessa primeira fase.

A coisa ganhou corpo em 2000, quando Brin patenteou o conceito dos doodles e nomeou o designer Dennis Hwang como “Chief Doodler”, o responsável por gerenciar os visuais e alterações. A primeira publicação “oficial”, então, aconteceria em 14 de julho daquele ano, o Dia da Bastilha e marco do início da Revolução Francesa.

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Hoje, o Google tem um time dedicado exclusivamente para cuidar dos doodles, com dezenas de profissionais entre artistas, designers e engenheiros dedicados às alterações da página inicial. As homenagens são decididas coletivamente pela empresa e podem ser sugeridas pelos usuários, o que acaba gerando uma abrangência de temas e também algumas aparições inusitadas, como a celebração do Dia do Sundae ou da data 09/09/09, às 9h09.

Dos games à Lua: os melhores doodles

Os primeiros doodles eram apenas imagens e nem mesmo tinham links para os eventos a que faziam referência. A principal mudança veio em janeiro de 2010, quando o Google celebrou o 367º aniversário do cientista Isaac Newton com sua primeira imagem animada. Ali, também, se iniciava uma mudança estética no conceito, que se tornava mais complexo e intrincado, com elementos lúdicos e que também faziam referência ao tema do qual tratavam.

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Logo depois, porém, veio aquele que talvez seja o doodle mais lembrado da história. Os níveis de produtividade caíram drasticamente no dia 21 de maio de 2010, quando o Google se aliou à Bandai Namco para comemorar o aniversário de Pac-Man e transformou seu logo no clássico jogo do “Come-Come”, em sua primeira versão interativa.

Ainda na pegada dos jogos eletrônicos, o Google comemorou a abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, adiados para 2021 por conta da pandemia, com um título mais completo que muitas opções disponíveis para consoles. Com um estilo retrô, Ilha dos Campeões convidava o jogador a praticar diferentes esportes, completar desafios e realizar missões, tudo enquanto seguia adiante em uma história que levava algumas horas para ser completada, em mais um grande inimigo da produtividade.

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O Google também se aventurou pelo mundo do audiovisual, com uma animação baseada na música Imagine para comemorar os 70 anos do grande John Lennon, e um curta-metragem para marcar o 122º aniversário de Charlie Chaplin. Tudo, sempre importante lembrar, acessível a partir do logo do Google e, neste caso, também com papéis interpretados pela equipe responsável pelo recurso.

O 1º de abril, claro, não poderia ficar de fora, com a gigante aproveitando o Dia da Mentira para fazer diferentes anúncios bizarros. Em 2004, por exemplo, a empresa “celebrou” a inauguração de seu primeiro escritório na Lua, enquanto, em 2010, revelou que mudaria seu nome para Topeka em homenagem à capital do estado americano do Kansas, que também disse que ia se chamar Google.

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A gigante também aproveitou o alcance que sua página inicial possui para se posicionar em relação a causas políticas, mostrando desacordo com as legislações SOPA e PIPA, que afirmavam limitar a liberdade na internet. Os doodles também já foram espaço de protesto, com hackers hospedando um logo criticando a guerra dos EUA contra o Iraque em 2003; a alteração foi feita de forma não autorizada e ficou no ar por apenas dois minutos, tempo o suficiente para ser eternizada na internet.

Doodles brasileiros

A maioria dos doodles, claro, têm alcance internacional, mas não é como se os escritórios regionais da empresa também não recebessem atenção. As alterações focadas em datas e personalidades locais ganham o mundo muitas vezes, em outras ficam restritas à região destinada, mas também servem para celebrar as culturas de países em que o Google tem representação.

A Independência do Brasil e as eleições presidenciais de nosso país já foram temas repetidas vezes nos últimos anos, assim como o Dia dos Pais, das Crianças e o Carnaval. A Copa do Mundo e outros eventos esportivos não poderiam ficar de fora, é claro, principalmente nas datas de partidas importantes, como as quartas de finais entre Brasil e Paraguai na Copa América de 2015.

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Entre os maiores brasileiros de todos os tempos que receberam atenção dos doodles estão o cantor e compositor Adoniran Barbosa e o educador Paulo Freire, com doodles exibidos também fora do Brasil. Nas opções locais, o Google também já homenageou a cantora Jovelina Pérola Negra, o jogador de futebol Arthur Friedenreich e a engenheira Enedina Alves Marques.

Com tudo isso em mente, chega a ser curioso que neste 30 de agosto de 2023, quando os doodles completam 25 anos, não há nenhuma alteração comemorativa na home do Google. O mais recente foi publicado na última quinta-feira (24), em celebração ao pouso da missão indiana Chandrayaan-3 na Lua.