TSMC começará a restringir exportação de chips para a Rússia
Por Vinícius Moschen | Editado por Wallace Moté | 25 de Fevereiro de 2022 às 14h46
A TSMC, companhia taiwanesa que fornece semicondutores para marcas como Apple, Qualcomm e MediaTek, anunciou que seguirá as restrições de exportação de componentes para a Rússia. A determinação foi feita pelo governo de Taiwan, após o início da invasão da Ucrânia por parte dos russos na última quinta-feira (24).
Por meio de comunicado oficial, a empresa informou que "cumpre com todas as leis e regulamentos aplicáveis, e está totalmente comprometida com as regras de exportação que foram anunciadas recentemente". A TSMC também aproveitou para afirmar que o controle das exportações passa por processos revisados de forma robusta, para garantir que todas as orientações estão sendo seguidas pelos funcionários.
Mesmo que de forma indireta, o conflito no leste europeu também tem reflexos em Taiwan, sede da TSMC. A ilha tem um governo autônomo, mas é considerada uma província rebelde pela China, e alguns analistas avaliam que a invasão da Ucrânia pode incentivar ações semelhantes também na Ásia — nos últimos dias, aeronaves chinesas foram identificadas dentro do espaço aéreo taiwanês, o que não chega a ser uma novidade mas contribui para o aumento das tensões.
O impacto direto nas exportações da TSMC não é conhecido de forma exata, e também não se sabe quais efeitos a decisão pode ter no preço cobrado pelos componentes. Outras sanções impostas contra a Rússia incluem o bloqueio das atividades dos maiores bancos e empresas estatais locais, além da limitação nas transações russas que são feitas com dólares, euros, libras e yens.
TSMC prepara expansões
Mesmo com a limitação no envio de componentes para a Rússia, a TSMC deverá expandir as suas atividades ao longo dos próximos anos. No momento, a empresa tem cerca de 55% da fatia de mercado global, enquanto a Samsung aparece na sequência com 17%, e a terceira colocação é dividida entre a taiwanesa UMC e a americana Global Foundries, ambas com 7% cada.
Um movimento que pode provocar alterações no mercado de fornecimento de chips é a compra da Tower Semiconductor por parte da Intel. Porém, os efeitos diretos ainda não são conhecidos, já que a companhia possui apenas 1% dos chips produzidos no planeta.
Das dez fornecedoras mais relevantes no mercado de componentes semicondutores, quatro são taiwanesas. O crescimento dessas empresas poderá forçar outros centros de produção a tomar estratégias diferentes — o que poderá fazer com que a questão fique ainda mais complexa, já que vários materias necessários são exportados dos Estados Unidos para Taiwan, por exemplo.
Fonte: Reuters