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Snapdragon AR2 Gen 1 é primeiro chip dedicado para Realidade Aumentada

Por| Editado por Wallace Moté | 16 de Novembro de 2022 às 20h00

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Entrando no segundo dia do Snapdragon Tech Summit, a Qualcomm anunciou nesta quarta-feira (16) o Snapdragon AR2 Gen 1, primeiro chipset do mercado a ser totalmente dedicado a experiências de Realidade Aumentada (AR). Diferente de outras soluções da empresa, a novidade é otimizada para o chamado "processamento distribuído", que utiliza múltiplos chips para diferentes tarefas, estratégia que promete reduzir o consumo e o tamanho dos dispositivos de AR de maneira significativa.

Os esforços da Qualcomm relacionados à Realidade Estendida (XR), que engloba AR, Realidade Virtual (VR) e Realidade Mista (MR), uma mescla de ambas, esteve por anos atrelado ao Snapdragon XR, chipset presente em aparelhos como o Meta Quest 2 e o recém-anunciado Meta Quest Pro. Apesar de potente, especialmente em seu modelo mais recente, o Snapdragon XR2 Plus Gen 1, a linha exige bastante espaço e uma quantidade significativa de energia, obstáculos para a meta de redução de tamanho dos dispositivos de AR, em especial.

Para lidar com isso, a gigante desenvolveu então a linha Snapdragon AR, que começa com a chegada do AR2 Gen 1, solução dedicada a oferecer uma experiência premium de Realidade Aumentada. A plataforma se destaca por ser repartida em três chips diferentes, que dividirão entre si e com o smartphone as tarefas — a essência do processamento distribuído.

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Assim sendo, o lançamento é composto por um processador principal focado na percepção e na exibição das telas, um coprocessador para os sensores, IA e cálculos da visão computacional, e um módulo de conectividade, o FastConnect 7800, mesmo utilizado no Snapdragon 8 Gen 2.

Com o anúncio de hoje, a família de soluções de XR da Qualcomm será dividida entre as linhas XR (Snapdragon XR2 para aparelhos premium, XR1 para experiências mais básicas), destinada a VR, XR e dispositivos mais robustos com diferentes recursos — ainda que Realidade Aumentada também seja suportada —, e AR, com o AR2 focado em experiências premium e um segundo modelo mais simples ainda não anunciado.

Snapdragon AR2 traz processamento distribuído

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O conjunto de chips do Snapdragon AR2 Gen 1 é fabricado utilizando um processo de 4 nm (ainda não se sabe se a tecnologia é da Samsung ou TSMC), e é liderado pelo processador principal, responsável por lidar com o que é exibido nas telas e com o processamento dos dados coletados pelas câmeras — até nove delas são suportadas, tanto para compreensão do ambiente, quanto do próprio usuário.

Mais especificamente, há um motor dedicado para análise visual, que lida com rastreamento de movimento e localização; um acelerador de Inteligência Artificial, responsável por tarefas sensíveis à latência, como rastreamento das mãos e 6DoF (6 graus de liberdade, representação de que há registro de movimento da cabeça do usuário nos 3 eixos 3D, em ambos os sentidos); e um motor de reprojeção, pouco detalhado pela Qualcomm, mas que ofereceria "uma experiência mais suave" ao identificar de maneira precisa a posição dos objetos projetados no ambiente.

A plataforma conta ainda com o coprocessador, que concentra as informações dos sensores, realiza cálculos adicionais de IA e rastreia o movimento ocular para exibição correta de conteúdo nas lentes. O componente também é capaz de ler a íris com precisão, a ponto de embarcar autenticação por biometria. Ambas as funcionalidades habilitam a renderização por campo de visão, aumentando o nível de detalhes apenas na área da imagem onde o usuário está com a visão focada, o que poupa energia e poder de processamento.

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Por fim, o FastConnect 7800 utiliza as capacidades do Wi-Fi 7 para garantir que a comunicação com o dispositivo anfitrião, como um celular, não apresente engasgos. Com pico de velocidade de 5,8 Gbps, a tecnologia de rede de 7ª geração apresentaria atrasos de menos de 2 ms mesmo em longos períodos, fator essencial para garantir uso confortável dos dispositivos de AR.

Complementando o hardware, o Snapdragon AR2 Gen 1 é compatível com a Snapdragon Spaces, plataforma da Qualcomm que busca ser "a fundação que pavimentará o caminho para que os desenvolvedores possam reimaginar o conteúdo de AR e ajudar a fortalecer o segmento dos óculos de Realidade Aumentada", nas palavras da gigante.

Ainda de acordo com a empresa, o processamento distribuído, somado às tecnologias avançadas de cada chip, possibilitou uma redução significativa de 50% no consumo em comparação ao Snapdragon XR2 Gen 1, com pico de menos de 1 W, um salto de desempenho de 2,5 vezes em determinados modelos de Inteligência Artificial e a produção de circuitos 40% menores com 45% menos fios, o que deve resultar em dispositivos mais fáceis de se produzir, compactos e leves.

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No AR2 Development Kit, modelo de referência exibido pela Qualcomm bastante similar a um par de óculos tradicional, o processador estava posicionado em uma das hastes, enquanto o coprocessador era instalado na região entre as lentes, logo acima do nariz. O módulo de conectividade, por sua vez, estava posicionado na outra haste. No entanto, é importante lembrar que o acessório é apenas uma referência para as fabricantes, que podem ou não seguir esse modelo.

Chip estreia em dispositivos da Lenovo, LG e mais

O Snapdragon AR2 Gen 1 ainda não possui uma janela precisa de lançamento, mas já estaria em utilização em diferentes estágios nos dispositivos de diversas marcas. Entre as fabricantes que já aderiram à plataforma e estão preparando dispositivos de Realidade Aumentada com a novidade estão Lenovo, LG, Nreal, OPPO, Pico, QONOQ, Rokid, Sharp, TCL, Tencent, Vuzix e Xiaomi.