CEO da Nvidia acredita que escassez de placas RTX 3000 deve se estender por 2022
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
Inúmeros fatores, incluindo a pandemia e uma explosão de demanda e da criptomineração, levaram todo o mercado de semicondutores a uma enorme crise, com escassez de componentes e aumentos significativos de preços de produtos que contem com chips em sua construção.
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O cenário forçou empresas de determinados setores a pararem a produção, inclusive no Brasil, e gerou consequências como a criação de placas de vídeo dedicadas para criptomineração. As medidas começaram a ter um impacto positivo, ao menos em alguns setores, mas infelizmente não devem ser suficientes para solucionar o problema.
Pelo menos é o que acredita o co-fundador e CEO da Nvidia, Jensen Huang, que compartilhou previsões nada animadoras durante conferência para investidores realizada nesta quarta-feira (18).
GPUs RTX 3000 devem se manter escassas em 2022
O evento teve o intuito de mostrar os resultados alcançados pela empresa até o momento, bem como definir algumas projeções para os próximos trimestres. Segundo o executivo, a expectativa é que todos os segmentos da Nvidia tenham crescimento durante 2022, especialmente a divisão de games, que segue com alta demanda e ainda deve ver o inventário de revendedores se manter baixo no terceiro trimestre de 2021.
Huang revelou ainda que a demanda por GPUs RTX "é incrível", e que as placas baseadas na microarquitetura Ampere, como a linha RTX 3000, estão no caminho para fazer da arquitetura a mais vendida da história da empresa. Curiosamente, apesar das expectativas positivas, apenas 20% dos usuários de GPUs Nvidia até o momento estão na nova geração.
No entanto, o CEO disse que os novos projetos de expansão levaram a companhia a se comprometer com suprimento de longo termo, e que assim sendo, espera que os estoques devam se manter limitados pela maior parte do ano que vem. O cenário atual se mostra melhor do que o visto no início da crise, com uma queda gradual e singela dos preços, mas infelizmente há mudanças no mercado que podem se tornar uma ameaça para a estabilidade.
Criptomineração pode voltar a ser uma ameaça
Ainda que não haja garantias, a criptomineração pode voltar a assombrar as GPUs para games agora que um dos programas mais comuns de mineração, o NBMiner, conseguiu contornar os bloqueios impostos pela dona da linha GeForce em alguns dos modelos da família RTX 3000. Mesmo que o método não habilite o potencial de mineração dos chips por completo, é possível que mineradores enxerguem uma oportunidade.
Isso se soma com o resultado abaixo do esperado das placas Nvidia CMP, desenvolvidas com a criptomineração em mente — a receita da linha atingiu apenas US$ 266 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão, em conversão direta), em vez dos US$ 400 milhões (algo em torno de R$ 2,2 bilhões) projetados pela empresa. Resta aguardar para saber se há de fato riscos de vermos uma nova onda de escassez intensa acometer o mercado.
Fonte: WCCFTech, VideoCardz, The Verge