Apple e TSMC podem ter fechado acordo de exclusividade por chips de 3nm
Por Felipe Vidal • Editado por Jones Oliveira |
Nesta semana, o site The Information revelou que a Apple firmou um acordo exclusivo com a TSMC para que a fabricante de semicondutores enviasse os chips 3 nanômetros (nm) de forma exclusiva para a Maçã por um ano. No entanto, o renomado analista Ming-Chi Kuo comenta que as coisas não são bem assim.
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Em resumo, o acordo basicamente previa que a Apple seria a única cliente a receber os chips de 3nm da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company por um período de 12 meses. Isso faria com que a empresa fosse pioneira a introduzir esse tipo de tecnologia em produtos para o consumidor final e mantivesse essa hegemonia por bastante tempo, eliminando a concorrência de maneira provisória.
O rumor original ia além e indicava que a Apple não pagaria pelos chips defeituosos que fossem produzidos. No processo de fabricação de um semicondutor, há uma taxa de quantos chips funcionais são obtidos em um wafer de silício. No caso da litografia de 3nm, cerca de 70% ou 80% da produção seria de partes adequados para o uso.
Vale lembrar que a Maçã e a TSMC são parceiras de longa data, inclusive a companhia fundada por Steve Jobs é a maior cliente da fabricante taiwanesa. No entanto, outras gigantes da tecnologia também estão de olho para incorporar essa tecnologia nos seus produtos em um futuro próximo, como a Qualcomm, AMD e MediaTek.
Apple deve comprar apenas chips finalizados
No entanto, o analista Ming-Chi Kuo tem informações diferentes sobre esse assunto. Em sua conta do Twitter, Kuo comenta que a Apple vai pagar para ter os chips finalizados e funcionais.
Ele explica que na indústria há dois tipos de acordos usados com a TSMC: pagar por wafers de silício inteiros, mesmo que hajam chips defeituosos nele, para continuar a fabricação por conta própria; ou pagar apenas pelos semicondutores já finalizados pela própria fabricante.
Por ser uma tecnologia bem nova, a litografia de 3nm gerava muitos componentes ruins nos estágios iniciais da produção. Por conta disso, a Apple decidiu pagar apenas pelos chips finalizados e adequados para uso, mesmo que isso seja mais caro.
O reflexo dessa escolha vai reverberar no preço dos futuros iPhone 15 e dos MacBooks, previstos para o fim de 2023. No caso dos smartphones, será o SoC A17 Bionic, enquanto os computadores receberiam o vindouro chip M3.
Ming não comenta sobre a procedência do acordo de exclusividade, deixando margens para interpretação. Assim, será preciso esperar os próximos movimentos da indústria ou aguardar um posicionamento oficial de ambas as companhias.
Fonte: The Information