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Google e Apple são pressionadas por rastreio de buscas sobre aborto

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Junho de 2022 às 16h20

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Robert Scoble (VisualHunt)/Matcuz (Pixabay)
Robert Scoble (VisualHunt)/Matcuz (Pixabay)

Legisladores dos EUA pediram à Comissão Federal de Comércio (FTC, em inglês) para investigar as práticas de aderência dos sistemas dos sistemas operacionais para celular do Google e da Apple. A justificativa, segundo o Wall Street Journal, seriam a possibilidade de que identificadores de internet dessas empresas estejam sendo usados para rastrear mulheres que buscam informações sobre abortos.

A notícia se torna ainda mais sensível, pois surge poucos dias após a Suprema Corte dos EUA derrubar Roe v. Wade, um caso judicial de 1973, e com issso devolveram aos estados a prerrogativa de proibir ou não a prática do aborto.

Três senadores e uma deputada norte-americana acusaram as duas big techs de permitir a coleta e venda de dados dessas pessoas. Isso foi possível por conta de identificadores específicos de anúncios no Android e iOS, afirmaram os legisladores em uma carta à presidente da FTC, Lina Khan.

Elizabeth Warren, Cory Booker, Ron Wyden e Sara Jacobs escreveram que o Google e a Apple "conscientemente facilitaram essas práticas nocivas, criando identificadores de rastreamento específicos de publicidade em seus sistemas operacionais móveis". Os políticos democratas temem que o mercado de data brokers (vendedores de compilados de dados pessoais) e as leis estaduais de recompensa incentivem pessoas físicas a atacarem mulheres que procuram abortos.

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Google e Apple limitaram coleta de dados, mas não o bastante

Em maio, mais de 40 congressistas dos Estados Unidos publicaram uma carta aberta ao Google pedindo o fim da coleta e armazenamento de dados de localização dos smartphones com Android, também por conta da possível proibição do aborto em todo o território americano.

Embora ambas as empresas tenham limitado a coleta de dados pessoaisnos últimos anos, os parlamentares dizem que esses identificadores ainda facilitam o rastreamento da localização de donos de telefones individuais.

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No ano passado, a Apple introduziu uma nova medida de privacidade como parte do iOS 14.5 chamada App Tracking Transparency, exigindo que os desenvolvedores de apps obtenham permissão antes de coletar um identificador exclusivo em cada aparelho iOS. O Google também lançou um novo identificador de publicidade no final do ano passado que limita o rastreamento em aplicativos Android.

"Até recentemente, no entanto, a Apple permitia esse identificador de rastreamento por padrão e exigia que os consumidores buscassem nas confusas configurações do telefone para desligá-lo", afirmou a carta. "O Google ainda permite esse identificador de rastreamento por padrão, e até recentemente nem sequer forneceu aos consumidores uma opção de desativá-lo"

O Google e a Apple não responderam aos pedidos de resposta do Android Central, que replicou a reportagem do Wall Street Journal. No Brasil, a Apple disse ao Canaltech que não comentará no momento. Já o escritório do Google disse que "nunca vende dados de usuários e o Google Play proíbe estritamente a venda de dados de usuários por desenvolvedores" e que o Google Play "tem políticas que proíbem o uso desses dados para outros fins que não sejam publicidade e análise de usuários. Quaisquer alegações de que o ID [identificador] de publicidade foi criado para facilitar a venda de dados são simplesmente falsas".

Fonte: The Wall Street Journal (via Android Central)