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Review Battlefield 2042 | Diversão para poucos

Por| Editado por Bruna Penilhas | 23 de Novembro de 2021 às 17h26

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Divulgação/Electronic Arts
Divulgação/Electronic Arts

Battlefield é uma franquia que teve sempre como diferencial a tentativa de emular as mecânicas e físicas de uma guerra real para dentro dos jogos. Em Battlefield 2042, ainda existe premissa, mas com a adição de situações mirabolantes como tempestades de areia e outras mudanças climáticas. Oferecendo um espaço divertido para os entusiastas do multiplayer e ao criar os “momentos Battlefield”, o novo lançamento da série de FPS da Electronic Arts (EA) traça um limite onde a única diversão está nos modos online. Se você é um fã das histórias que o modo campanha trazia, sinto-lhe dizer, mas você acabará se decepcionando.

Devo admitir, sempre preferi Battlefield do que Call of Duty. Apesar de gostar bastante da série Black Ops, os jogos da DICE e suas campanhas incríveis sempre me fisgaram bem mais do que só o multiplayer. Dito isso, o sentimento agridoce que fica dentro de mim é que Battlefield 2042 consegue entregar boa parte do que eu amo na franquia, menos a cereja do bolo que sempre me atraiu mais.

Este é um game bonito e competente, mas parece não querer entregar uma campanha para seus jogadores, já que no fim, o multiplayer é quem sobrevive ao longo do tempo. Sacrificar a história foi realmente a melhor escolha? Só o tempo dirá, mas ainda é meio esquisito não ter a experiência do modo campanha dentro do jogo.

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Tenho que admitir que admitir: a jogabilidade de Battlefield 2042 é extremamente satisfatória e completa, oferecendo uma ampla variedade de agentes, níveis de customização de armas e equipamentos. Com todas essas possibilidades para os jogadores, é seguro dizer que o gameplay clássico de Battlefield ainda está lá.

Mesmo sem o modo campanha que tanto gosto, ainda foi bom retornar ao multiplayer de Battlefield para enfrentar os campos caóticos e frenéticos com milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo. Pelo menos, consegui ficar de queixo caído em alguns momentos.

No olho da tempestade

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Acredite, não senti o tempo passar conforme fui jogando o modo de conquista do multiplayer. Ainda é meio enlouquecedor estar com 128 jogadores em um mapa, mas eu consegui acertar meus tiros aqui e ali com meu rifle e colecionar alguns abates. A diversão multijogador em Battlefield continua maravilhosa conforme você vai se familiarizando com as novas mecânicas.

Você continuará tomando aquela bala do jovem que passa o dia inteiro jogando, mas a diversão é garantida. A tempestade de areia limita a visão e também causa um visual impressionante enquanto você trava batalhas com seu esquadrão. Em Orbital, o foguete sendo lançado ao espaço é algo que eu não imaginava que veria durante uma partida online de um jogo de tiro.

Todos esses momentos são incríveis e acontecem durante o combate, e muitas vezes você nem vai se ligar nesses acontecimentos — mas quando eu parava para observar com calma, senti meu coração vibrar. A parte triste é que não tivemos a oportunidade de vivenciar mecânicas como esta dentro de uma história envolvente, que poderia ter potencial para entregar a mesma experiência e de forma mais coordenada.

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Por não existir um modo campanha, jogadores podem ficar presos ao Hazard Zone ou ao multiplayer para conseguir aprimorar suas armas. Você pode até encher uma sala de personagens controlados pela inteligência artificial do jogo, derrotá-los e ir desbloqueando suas melhorias, mas não tem a mesma graça, né? Battlefield 2042 acerta bastante em ser extremamente plástico e bonito, mas falta aquela campanha robusta para suprir a lacuna de progressão que os jogadores podem precisar para entrar de cabeça na experiência.

Hazard Zone serve como uma tentativa de colocar os jogadores para colaborar entre si: é necessário extrair drivers de informação no mapa e impedir que seus inimigos peguem esses conteúdos valiosos. Aqui, a cooperação é bem mais necessária do que no multiplayer convencional. Não adianta sair desesperado para matar os inimigos porque os seus companheiros podem não conseguir oferecer suporte. Se o pelotão inteiro cair, acabou a partida para vocês.

Após coletar os dados necessários, você e seus aliados podem fugir nos pontos de extração e garantir a vitória. Caso seu time esteja sofrendo para conseguir fugir, existe a Extração Final, em que todos precisam correr contra o relógio para garantir a fuga definitiva. Apesar do gostinho de battle royale, Hazard Zone é como um modo de sobrevivência colaborativo. Focar em abater os adversários não adiantará se você não conseguir os drivers e fugir. Por isso, a cooperação com seu time é essencial.

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A impressão que fiquei é que Battlefield 2042 quer entregar uma experiência multiplayer mais voltada para a sobrevivência e combate tático. Embora isso seja um ponto positivo, ainda não foi o suficiente para suprir a ausência do modo campanha. Entendo que eu possa ser solitário nessa questão, então isso não apaga a jogabilidade divertida e competitiva que o shooter oferece.

Falando objetivamente, Battlefield 2042 se esforça bastante em tentar elevar o nível dos simuladores de guerra, e a sensação é de que a competência da DICE é o que segura esse jogo como um bom Battlefield. Os mapas do modo Hazard Zone são um pouco limitados devido à falta de jogadores para completar os times e, consequentemente, não tive uma sensação real de vitória após completar as missões.

Já o modo Portal é a mais grata surpresa dentro do jogo. Se existe uma joia no meio da tempestade de areia dos mapas, é esta aqui. Sendo sincero, eu não acreditava que fosse possível ser tão interessante e divertido reviver os mapas e mecânicas dos Battlefield antigos. Mas me enganei: foi muito bom poder jogar os mapas de Battlefield 3 e Battlefield 1942 com gráficos melhorados.

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Portal funciona como um parque de diversão para os fãs da franquia. Quer colocar 120 pessoas batalhando usando somente pistolas? Veículos? Robôs? É sua escolha, basta customizar para trazer a melhor jogatina possível. Esse é o principal acerto de 2042. Em um mundo onde os simuladores de guerra já não tem muito para onde correr, um modo que desperta a criatividade dos jogadores é extremamente bem-vindo e necessário.

As novidades de ambientação de Battlefield 2042 são interessantes, como a tempestade de areia que dificulta a visão dos jogadores, além das partículas de destroços que voam durante as explosões. Com isso, o game cria um cenário de guerra caótico, cuja experiência fica ainda melhor se você tiver amigos para jogar junto.

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Os especialistas também favorecem o balanceamento do jogo. Retirando um pouco das classes de lado, o jogo dá uma vasta gama de personagens que você pode customizar da forma que quiser. Eles ainda vão ter as características de médico, assalto ou defesa, mas é possível equipar qualquer item que você sentir vontade. Isso ajuda a “quebrar” a ideia de que tal agente é muito forte, ou que outro seria indispensável para compor a equipe.

A dinâmica dos batalhões, principalmente se você estiver jogando solo, continua a mesma de sempre. Por isso, a experiência fica bem melhor se você tiver pessoas com quem jogar e coordenar seus ataques e objetivos, o que também pode ajudar na sua progressão, já que, para conseguir melhorar suas armas, é necessário abater inimigos e adquirir experiência com elas.

Battlefield 2042 se torna um grande parque de diversões para aqueles que desejam grandes experiências cinematográficas típicas da franquia. Mas, ao mesmo tempo, eu não sinto que isso será o bastante para manter o interesse de todos os jogadores. Existe uma diferença bem grande entre aqueles que jogam simuladores de guerra pela história e aqueles que estão focados no multiplayer, principalmente em games cuja experiência multiplayer pode ser extremamente discrepante. Neste cenário, fica complicado para jogadores mais casuais caírem de cabeça no novo jogo de tiro da EA.

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Um exemplo disso é que já existiam alguns jogadores de nível 23, por exemplo, nas primeiras partidas que entrei. Eles já estavam jogando com muito mais frequência e bem antes de mim. Uma maneira de equilibrar essa situação para jogadores que estão entrando agora no jogo seria um matchmaking das partidas por níveis. Não é nada impossível e com toda certeza ajudaria quem está entrando “cru” no jogo a conseguir se divertir de forma satisfatória.

Depois da tempestade


Por fim, o que intensifica o sentimento de que o jogo poderia ser maior, é a premissa por trás da história de Battlefield 2042. Um apagão global e catástrofes assolam os governos do mundo, sobrando (convenientemente) a Rússia e os Estados Unidos como nações. Os sobreviventes começam a ser tratados como os sem-pátria. Com os outros países fora do jogo, a Rússia e os EUA vivem uma guerra sem precedentes para dominar territórios e assegurar dominância do planeta. É uma história bacana, que teria um desenvolvimento muito interessante se tivesse um modo campanha para expandir esse universo.

Mas isso, infelizmente, não acontece. Você consegue entender alguns detalhes narrativos aqui e ali durante a preparação das missões, mas convenhamos, são poucas pessoas que prestam atenção nisso enquanto estão aguardando uma partida. Por isso, parece Battlefield 2042 tinha um potencial enorme de contar uma história que serviria não só para ajudar os jogadores a se sentirem mais compenetrados no multiplayer e no Hardzone, mas que também poderia entregar uma baita experiência que a franquia sempre trouxe nas suas campanhas.

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Battlefield 2042 está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 5, Xbox Series X e Series S. O Canaltech jogou a versão do jogo para PC, em uma cópia digital gentilmente cedida pela EA.