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Fãs criam cartuchos de Resident Evil para NES

Por| Editado por Bruna Penilhas | 31 de Janeiro de 2022 às 11h00

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Divulgação/ArcadeArt
Divulgação/ArcadeArt

Quem olha alguns dos anúncios de clássicos da série Resident Evil no eBay, um dos maiores sites de leilão do mundo, pode se surpreender com a presença de cartuchos do game para o clássico NES (também chamado de Nintendinho). O game aparece em versões japonesa e americana — ainda que apenas no padrão ocidental de fitas — e são comercializados por valores que giram em torno dos US$ 30, aproximadamente R$ 170. Mas não são oficiais, apesar do aspecto bem-feito dos produtos.

Resident Evil fez sua estreia em 1996, no primeiro PlayStation, e esteve em praticamente todos os consoles lançados desde então com suas múltiplas sequências, spin-offs, remakes e remasterizações. Os cartuchos para o Nintendinho, muitos com aparência de usados e indicações de ótimo estado, são uma criação de fãs tanto quanto o próprio game em seu interior.

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Alguns aspectos evidenciam isso, como o uso de artes de jogos posteriores como Resident Evil 2 e o terceiro título da franquia. Os retratos dos protagonistas usados em uma das versões, por exemplo, foram desenhados pelo conceituado artista Shinkiro, mais lembrado pela série The King of Fighters, mas que também trabalhou com a Capcom em diferentes títulos. Os cartuchos são pretos, em vez do cinza tradicional usado nas fitas do NES, mais uma indicação de que não se tratam de produtos oficiais e licenciados pela Nintendo.

Já o game em si é obra do espanhol Gadesx, reconhecido na comunidade de modificação de jogos não apenas por este game, mas também por trabalhos de tradução de jogos como Wild Arms 2, Final Fantasy VII e Parasite Eve para seu idioma. O demake de Resident Evil, porém, é de longe seu trabalho mais conhecido, tornando-se um item de colecionador para os fãs da franquia.

Criado no RPG Maker, a versão remonta ao game original, com direito a todos os seus cenários, inimigos e demais elementos. Tudo é transposto para o NES com os gráficos clássicos da plataforma, algo que também vale para a trilha sonora e demais elementos, com as tradicionais câmeras fixas sendo substituídas por uma visão que lembra os antigos RPGs japoneses.

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Enquanto os enigmas aparecem da forma mais fidedigna possível, Gadesx também realizou algumas adaptações, alterando o sistema de combate. Ele lembra aquele visto em Resident Evil Gaiden, para Game Boy, com encontros aleatórios escurecendo a tela e o jogador tendo de acertar os ataques usando uma barra que se movimenta pela tela; quanto mais perto do centro o botão for pressionado, maior a força do golpe, cuja potência também é aliada à própria arma utilizada.

Animações de portas e outros aspectos clássicos do primeiro Resident Evil também estão presentes aqui, assim como a própria história. É possível escolher entre Chris e Jill e encontrar todos os outros personagens do título, presos em uma mansão misteriosa que serve como fachada para os experimentos biológicos da Umbrella Corporation. O local suntuoso é habitado por monstros, fruto de um acidente viral.

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O demake — como são chamadas estas versões que recriam games consagrados, mas para uma plataforma inferior à de seu lançamento original — foi disponibilizado pela primeira vez em 2012, ganhando versão final quatro anos depois. Gadesx, inclusive, seguiu trabalhando no título por mais algum tempo, com a atualização mais recente do game sendo de 2019. Ele já acumula mais de 2,4 mil download e é assunto de centenas de vídeos no YouTube.

A inspiração de Resident Evil

Ao falar sobre a suposta versão do game no NES, ainda, é importante relembrar outro clássico. Sweet Home, a grande inspiração do criador Shinji Mikami no desenvolvimento do clássico do terror, foi sim lançado para o Nintendinho em 1989, como adaptação de um filme de mesmo nome e história um bocado semelhante.

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No título, que tem caráter cult e é considerado por Mikami como um dos melhores já lançados, um grupo de documentaristas vai até uma mansão misteriosa para registrar e recuperar o acervo de um famoso pintor. Lá, porém, acabam nas mãos de uma assombração maculada por uma tragédia familiar e devem enfrentar monstros e resolver enigmas para escapar.

Resident Evil nasceu como um projeto de remake de Sweet Home, mas acabou virando um título inédito enquanto retinha muitas das características que, mais tarde, se tornariam fundamentais para a marca de Survival Horror. É o caso das famosas animações de portas, os diferentes caminhos que podem incluir até mesmo a morte de personagens centrais e o inventário limitado, entre outros exemplos. Cartuchos com o título, inclusive, são relativamente raros e aparecem no eBay por valores em torno dos R$ 500, quando completos e em bom estado.

Algumas versões criadas por fãs possuem um caráter de raridade, ainda que não sejam produtos oficiais. É o caso, por exemplo, de uma opção com direito a caixa de papelão, cartucho preto e até uma foto do grupo de policiais que investiga a mansão do game, em um pacote que sai por mais de R$ 1,2 mil no site de leilões.

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Fonte: Gadesx (RPG Maker)