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Análise | Jaybird X4 Sport, uma boa escolha para quem quer treinar com foco

Por| 21 de Maio de 2019 às 20h10

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Análise | Jaybird X4 Sport, uma boa escolha para quem quer treinar com foco
Análise | Jaybird X4 Sport, uma boa escolha para quem quer treinar com foco
Jaybird X4 Sport

Se você tem acompanhado o Canaltech, viu que recentemente publicamos um review sobre um fone fitness da Jaybird, o Tarah. E hoje voltamos a analisar os modelos da marca, trazendo o irmão X4 Sport, que apesar de ser bastante parecido com o seu predecessor, tem lá suas vantagens sobre ele.

O Jaybird X4 Sport também é voltado à prática esportiva e tem um visual bem bacana, aliado a uma estabilidade legal para os atletas que não dispensam um bom som durante os treinos. Todo emborrachado, o brinquedinho apresenta uma resistência interessante para quem procura qualidade, praticidade e discrição em um fone de ouvido sem fio, seja para pedalar, caminhar, ir para a academia ou para as pistas.

Nesta análise, vamos combinar uma coisa: não tem como não comparar o X4 com o Tarah, já que analisamos o modelo mais simples primeiro aqui no CT. Então, de quebra, você vai ganhar um mini comparativo entre os dois, o que vai ser bem legal para te ajudar a escolher caso esta dúvida esteja rondando sua cabeça.

Design & Ergonomia

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Tal como o irmão mais novo, o X4 tem aquele visualzão esportivo que a Jaybird adora colocar nos seus produtos. Com aparência "siliconada", os fones impõem um respeito bacana, por serem emborrachados e encaixarem muito bem na orelha graças às suas levíssimas alças flexíveis (chamadas pela marca de "barbatanas").

Recebemos o X4 na cor verde musgo — bem bonita e diferente, por sinal. Como o público-alvo deste modelo pode querer usar os fones em treinos mais pesados (tá imaginando um boxeador esbofeteando um Bob de borracha aí também?), a Jaybird já projetou o equipamento para aguentar cair no chão, suportar suor e manter-se estável a cada salto, empurrão, impulso ou impacto natural da prática esportiva.

Ele tem certificação IPX7, que garante seu bom funcionamento mesmo quando o atleta estiver suando como uma bica ou resolver correr a céu aberto e tomar uma chuvinha de leve. Mas atenção, nadadores: este modelo aqui ainda não é para vocês! Então nada de mergulhar o X4 na piscina e sair dando braçadas com ele.

Para deixar as mãos do esportistas o mais livre possível, o X4 traz conexão Bluetooth 4.1 (contra a versão 5.0, do Tarah) e controles alocados no cabo que une os dois buds. Apesar de sua conexão perder para a do modelo mais "simples", há alguns outros pontos que podem te fazer optar pelo X4 no final das contas. Um deles é o próprio controle para músicas e ligações. Aqui, ele tem uma construção mais sólida, passando mais segurança e firmeza ao usuário. Os botões também mais firmes, dando uma pegada mais certeira.

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Nos nossos testes, os fones surpreenderam nas atividades, mais especificamente caminhada e corrida. Basta deixar o smartphone no bolso ou preso em braçadeiras ou pochetes próximas ao corpo (ou no máximo num cantinho perto de você na academia). O que mais surpreende, além da qualidade do som (vamos falar disso detalhadamente adiante), é o nível de estabilidade dos buds nas orelhas, graças às ponteiras e alças de silicone. O desconforto é praticamente nulo!

Controles

Os fones são sem fio, mas não sem cabo. Isso é, há um cabinho curto que liga os dois buds, e é nesse cabinho que está o controle que mencionamos logo acima. Jeitoso, de tamanho legal e mais resistente que o do Tarah, o controle do X4 é uma mão na roda para quem está concentrado no treino e não quer tirar o celular do bolso para atender uma chamada ou trocar de música.

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Não muda muito no layout dos botões em relação ao modelo mais simples, apenas o formato — que aqui passa a ser redondinho. Os controles de mais (+) e menos (-) aumentam e diminuem o volume, mas se forem pressionados por cerca de 1 segundo, pulam de música (+, para frente; -, para trás). Já o botão central (o da bolinha) é multifuncional e serve para pausar/reproduzir músicas, atender e finalizar chamadas e acionar seu assistente no celular (Google ou Siri).

Bateria

Eis aqui uma grande, talvez a maior diferença entre o X4 e o Tarah: bateria! O modelo que analisamos anteriormente apresenta 6 horas de reprodução de músicas, enquanto o X4 ganha mais duas horas (mais de 30% de vantagem), totalizando 8h de playback com uma carga cheia. Como são fones voltados à prática de atividades físicas, além de bastante leves, o pessoal da Jaybird optou por embutir no sistema uma bateria que dure menos. Afinal, o foco não é ficar boa parte do dia com os fones plugados no ouvido. Poderia durar mais? Sem dúvida; mas essas duas horinhas extras no X4 já podem fazer a diferença na sua decisão na hora da compra.

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Para carregar os fones, há um dock no qual você encaixa o aparelho e espeta na porta USB do seu computador. Os contatos ficam nos controles dos fones. Aqui, duas horas de carga completam as oito horas de reprodução, mas se você estiver com pressa, pode deixar os fones carregando por 10 minutos para obter uma horinha de música — o tempo exato do treino de muita gente.

Conectividade

Se por um lado o X4 é melhor que o Tarah em questão de bateria e áudio, no quesito conectividade ele fica para trás. Ele conversa com seu smartphone (ou computador) usando Bluetooth 4.1, contra a tecnologia mais recente do Tarah, Bluetooth 5.0.

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Embora exista essa diferença que torne a conexão do Tarah mais estável e suporte uma distância maior entre os fones e o smartphone, isso pode não pesar tanto caso você considere malhar ou treinar com seu telefone no bolso, ou num canto bem pertinho de você.

E se você já estiver pensando em comprar um fone esportivo para matar dois coelhos com uma cajadada só, usando para treinar e jogar videogame, esqueça a segunda opção; a latência, aqui, é grande, o que significa que, se você estiver jogando um FPS e der um tiro, o barulho vai vir quase dois segundos depois. Não recomendamos — e esse nem é o propósito do X4, mesmo.

Antes de falar de som, vamos falar do app!

Assim que tiramos o X4 da caixa, pareamos com o celular e botamos uma música para ouvir, a impressão que temos é que os fones são medianos e poderiam entregar um resultado melhor. Bom, isso pode até ser verdade se você ignorar a existência do excelente aplicativo Jaybird MySound (Android/iOS), voltado para personalizar e incrementar o áudio. Além disso, você conta com toda uma comunidade dedicada aos amantes da música e do esporte, com playlists assinadas por usuários que ajudam a "pimpar" seus treinos.

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O app traz um excelente equalizador gráfico que transforma o fone em um aparelho totalmente diferente, já que você pode "moldar" o som e incrementar ou reduzir graves, agudos e médios do seu jeito. Os controles e a navegação pelo aplicativo são simples, e você já escuta, em tempo real, a modificação no áudio, inclusive se estiver usando os fones fora do app — isto é, ouvindo música no seu serviço de streaming favorito ou no próprio telefone, caso armazene músicas nele. Há também predefinições que te ajudam a rapidamente definir o som do jeito que mais curtir com mais rapidez.

O aplicativo é bem legal para quem quer conhecer mais músicas que ajudam a manter o pique na hora de treinar. Tem uma grande variedade de playlists, montadas tanto pelos usuários como pela própria Jaybird. Uma dica é começar a explorar a playlist Island Beats, que o time da Jaybird Sports montou.

Para testar o poder de fogo do X4 e o aplicativo da Jaybird, testamos o equalizador com o Spotify e o YouTube. O resultado foi bastante satisfatório! Também passeamos pelas playlists dos usuários e encontramos algumas bem bacanas, diga-se de passagem. Mas como a grande maioria da galera fitness curte um som mais "pancadão" eletrônico, talvez os amantes de outros estilos tenham um pouquinho de dificuldade ao encontrar uma playlist do seu agrado na comunidade. Sem problemas, a equalização segura firme quando trocamos de aplicativo e decidimos ouvir nossas sagradas playlists nos nossos apps de streaming favoritos.

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Agora, sim: o áudio!

O X4 já vem de fábrica com o equalizador zerado, portanto se você quiser sentir como é o som flat desses fones, basta ligar e botar nas orelhas. Já aqui percebemos que, em comparação com o Tarah, o X4 tem um desempenho de áudio um pouquinho mais interessante. Mas vamos em frente para não corrermos o risco de nos precipitar.

Com o aplicativo, deixamos o som sob medida e de acordo com nosso gosto — e com a vantagem de mudar a equalização a cada estilo, ou a cada música. Quer graves? Aumente os graves! Quer sentir mais hiss? É só mexer nos agudos. E os médios, te incomodam? Sem problemas, diminuí-los é facinho.

Em termos de frequências graves, temos aqui um desempenho sólido que não desaponta. Como a pegada do fone é fítness, você já pode esperar que graves e médio graves soem encorpados no X4, ideal para quem curte malhar ouvindo música eletrônica, drum n' bass, rock pesado, hip-hop e congêneres. A batida fica profunda, sem estourar nos seus ouvidos. Aliás, qualquer pancada grave aqui tende a sair redonda e bem gorda, enchendo os ouvidos. Em That's What I Like, do Bruno Mars, sentimos o gosto de como os graves são encorpados. E com um help do aplicativo, você pode modelar com uma boa dose de precisão a faixa de frequência que sente que precisa de mais ou menos punch. Essa música, aliás, está nas playlists da galera que usa o app da Jaybird.

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Se as frequências médias estiverem incomodando, basta usar o app para jogá-las lá para baixo, enfatizando graves e agudos, por exemplo, gerando um pouco mais de ambiência e deixando o som do seu jeito. Fizemos isso testando uma música bem bacana para correr ou malhar: um remixão de Divine Sorrow, do Wyclef Jean, feat. Avicii.

E por falar em médios, apesar de pronunciados quando o fone está sem equalização, não invadem as frequências vizinhas. Mas se para você a frequência média é uma delícia de se ouvir, o que temos a dizer é que no X4 você pode levantar ela até transformar o apetrecho num radinho de pilha da década de 80, se quiser. Mas sabemos que isso não vai agradar a esmagadora maioria de quem procura um fone para malhar, então vamos focar na ajuda do app. Tivemos um bom exemplo do equilíbrio desses fones ao ouvir o funk-jazz Pick Up the Pieces, da Average White Band, que explora bem a frequência nos saxofones, órgãos e guitarras mudas.

Uma grata surpresa que tivemos ao testar o X4 se dá aqui no espectro de agudos. Há uma diferença perceptível "a ouvido nu" nessas frequências, principalmente quando damos o play em músicas que exploram mais a faixa dos 4 kHz em diante, como chorinho ou músicas regionais do nordeste. Aí você pode estar se perguntando: – Mas quem é que vai ouvir chorinho ou uma banda de pífanos enquanto treina? É tudo questão de gosto, e mesmo que você seja o ponto fora da curva, vai conseguir moldar o fone pra ouvir qualquer estilo. Os triângulos e bandolins de Xiquexique, do Tom Zé, soaram limpinhos, limpinhos. Outro exemplo bacana de música para explorar agudos enquanto malha: Black Ice, do Jeff Lorber Fusion. Apesar de ser um "jazzão da p****"” e não ter a menor cara de "música de academia", tem um groove bem interessante e é instrumental. Os agudos do X4 impressionaram no sax soprano, e mais ainda no solo de piano.

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Resumindo: o X4 é um fone bem decente, acima da média e com resposta rápida e equilíbrio harmônico de todas as frequências, inclusive os agudos. Esse dinamismo, mesmo com o usuário alterando tudo no equalizador do aplicativo, é impressionante. Ouvir um swing de flautas com um rabecão fazendo a marcação foi de uma satisfação incrível (exemplo: Perdido, do Flute Fraternity). Para quem procura algo que seja ao mesmo tempo resistente (ao suor e aos trancos dos treinos) e entregue áudio de qualidade, pode considerar o X4 na sua lista que ele é bastante interessante. Mesmo que seja meio óbvio para uns, não custa tocar no assunto do palco e da ambiência aqui: são fones in-ear, fechados, emborrachados, feitos para suportar suor, certo? Então não espere um palco sonoro generoso, porque é tecnicamente impossível colocar isso dentro de um modelo desses.

Isolamento passivo

O X4 é um modelo emborrachado, fechado, com pontas de silicone que oferecem uma boa vedação. Esse conjunto entrega uma boa qualidade de isolamento passivo de ruído ao ouvinte, ao mesmo tempo que não deixa vazar quase nada para quem está "de fora" do seu mundo musical. É um recurso bastante legal para quem procura se concentrar nos treinos e obter mais resultados.

Ligações telefônicas

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Atender e realizar chamadas é legal com o X4, mas nada surpreendente. Nesse quesito, o fone se mantém na média. A pessoa do outro lado da linha vai estranhar sua voz e perguntar se você está usando o viva-voz ou outro aparelho, mas nada comprometedor. O recurso está no X4 para ajudar o atleta a se manter focado no treino, não para transformar os fones em headset de call center, certo?

O microfone parece ser exatamente igual ao do Tarah. Experimentamos mandar mensagens de áudio no WhatsApp e o resultado ficou um pouco enlatado. Considerando o tipo do fone, isso é perfeitamente normal.

O que há na caixa:

  • Jaybird X4
  • Dock de carregamento
  • Ponteiras de silicone (P/G)
  • Ponteiras em espuma comply (P/G)
  • 2 pares de estabilizadores (que a Jaybird chama de barbatanas)
  • Clipe de camiseta
  • Bolsinha para transporte
  • Manuais

Specs

  • Impedância: 16 ohms
  • Sensibilidade do alto-falante: 99 +-3 dB com 1 kHz
  • Máximo de saída 10 mW RMS (com limite de nível)
  • Distorção harmônica total <5% (1 kHz, 1 mW)
  • Formato de áudio: estéreo, 16-bit
  • Codec: implementação SBC Bluetooth
  • Largura de banda: 20 Hz – 20 kHz
  • Tamanho do driver: 6 mm

Veredicto

O Jaybird X4 Sport superou nossas expectativas e se mostrou uma excelente opção para quem quer malhar com dignidade musical. Ou seja, além de estiloso e resistente a água e suor, os fones também entregam um áudio de responsa para os amantes da música. Não é o foco do X4 servir no dia a dia do usuário, muito pela duração relativamente curta de sua bateria (até 8 horas), mas confessamos que boa parte dos nossos testes foi realizada no escritório e no dia a dia normal de um jornalista de tech. E gostamos da experiência. Sempre com o app da Jaybird rodando em segundo plano, porque ele é a graça indispensável do negócio. Para o design, nota 8. Para a ergonomia/estabilidade, nota 9. E para a qualidade de som (aliada à praticidade do excelente aplicativo), nota 8,5.