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Talvez as partículas do Sol possam explicar a origem da água na Terra

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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Uma equipe de pesquisadores descobriu que o vento solar pode ter formado água na superfície de grãos de poeira presentes em asteroides, que depois se chocaram contra o nosso planeta durante a “infância” do Sistema Solar. Se este for o caso, o Sol pode ser uma fonte mais provável do que se pensava para explicar a origem da água na Terra.

Phil Bland, diretor do Space Science and Technology Center (SSTC) na Universidade de Glasgow, explica que a Terra é muito mais rica em água quando comparada aos demais planetas do Sistema Solar, com oceanos que cobrem mais de 70% da superfície. Apesar disso, os cientistas questionam há séculos a fonte exata de tanta água. Uma teoria é que o líquido teria vindo para cá com asteroides do tipo C, conhecidos pela alta concentração de carbono que possuem.

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Entretanto, testes anteriores da “impressão digital” desses asteroides mostrou que eles não podem corresponder à água encontrada por aqui, ou seja, há pelo menos alguma outra fonte que não foi considerada. “Nossa pesquisa sugere que o vento solar formou água na superfície de pequenos grãos de poeira, e essa água isotopicamente mais leve provavelmente forneceu o restante da água na Terra”, explicou Bland. Isso porque a maior parte da água na Terra é "leve", ou seja, tem dois átomos de hidrogênio ligados a um de oxigênio.

Por outro lado, há uma pequena quantia de água "pesada", formada por um isótopo de hidrogênio com um nêutron, ligados a um átomo de oxigênio. A proporção entre o hidrogênio e o deutério (isótopo do hidrogênio) pode indicar de onde vieram, e a grande parte dos cometas e asteroides têm água em uma proporção levemente maior do deutério para hidrogênio quando comparados com os níveis na Terra.

A teoria relacionada ao vento solar foi formada a partir da análise de átomos de pequenos fragmentos do asteroide Itokawa. Esta é uma rocha espacial do tipo S, caracterizada pelo silício em sua estrutura, e foi o alvo de coleta de amostras da primeira missão japonesa Hayabusa. Ao analisar os primeiros 50 nanômetros ou mais dos grãos do Itokawa, os pesquisadores descobriram uma quantidade de água que, se fosse escalonada, chegaria a aproximadamente 20 litros por metro cúbico de rocha.

Dr. Luke Daly, principal autor do estudo, acredita que essa pesquisa é importante não somente para ajudar a esclarecer o passado da origem da água, mas também para auxiliar em missões espaciais futuras. “Nossa pesquisa mostra que o mesmo processo de intemperismo que formou água no Itokawa provavelmente aconteceu em outros planetas sem ar, ou seja, os astronautas podem conseguir processar suprimentos frescos de água da poeira na superfície de algum mundo, como a Lua”, disse.

O artigo com os resultados do estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Glasgow, foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: Scimex, ABC