Solar Orbiter é atingida por ejeção de massa coronal antes de sobrevoar Vênus
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 05 de Setembro de 2022 às 17h27
Enquanto a sonda Solar Orbiter se preparava para sobrevoar Vênus, o Sol expeliu uma grande ejeção de massa coronal (CME), uma explosão de partículas eletricamente carregadas vindas da atmosfera superior da nossa estrela. A CME ocorreu no dia 30 de agosto em direção ao planeta, e não demorou muito para a bolha de material solar alcançar a nave. A boa notícia é que não houve danos à espaçonave, e a Solar Orbiter seguiu rumo ao sobrevoo.
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Ejeções de massa coronal são erupções que liberam cerca de um bilhão de toneladas de partículas da atmosfera solar (a coroa). Elas viajam pelo Sistema Solar e podem causar auroras brilhantes no céu, mas também são capazes de afetar alguns tipos de tecnologia e causar problemas para astronautas sem a proteção adequada. Por isso, os cientistas as monitoram atentamente.
O ocorrido mostrou uma dificuldade considerável nas observações do clima espacial. Como você deve ter percebido na animação acima, uma espécie de “halo completo” aparece quando a CME acontece; o halo aparece quando as CMEs ocorrem em direção à Terra ou na direção oposta, como foi o caso deste evento. Isso mostra como é difícil determinar se as CMEs vêm em nossa direção quando observadas da nossa perspectiva, já que a emissão parece se expandir.
Como a nave foi projetada para resistir e, principalmente, para coletar medidas de emissões do tipo, ela não sofreu efeitos negativos da CME e até obteve medidas importantes dela: os dados coletados pela Solar Orbiter mostraram um aumento nas partículas solares energéticas. Por outro lado, Vênus é afetado pelas emissões, que “arrancam” gases da atmosfera do planeta.
Encontros com ejeções de massa coronal à parte, tudo correu bem e a Solar Orbiter fez sua aproximação máxima de Vênus no início do dia 4 de setembro. “A aproximação máxima aconteceu exatamente como o planejado, graças aos nossos colegas de Dinâmica de Voo e ao cuidado da Equipe de Controle de Voo”, comemorou Jose-Luis Pellon-Bailon, gerente de operações da Solar Orbiter.
Durante o sobrevoo, a Solar Orbiter ficou a 12.500 km do centro do planeta. A distância de Vênus, o ângulo de aproximação da sonda e sua velocidade foram parâmetros planejados cuidadosamente, para garantir que a nave conseguiria alterar sua órbita sem precisar gastar grandes quantidades de combustível. Quando se aproximar do Sol novamente, a Solar Orbiter estará 4,5 milhões de quilômetros mais próxima que antes.
Fonte: ESA