Ejeção de massa coronal 10 vezes maior que a do Sol é vista em estrela jovem
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |
Uma estrela bem mais jovem que o Sol, mas de massa semelhante, ejetou uma enorme explosão de massa coronal e partículas carregadas. Essa erupção estelar foi muito mais poderosa do que qualquer outra já vista em nosso Sol, e pode nos dar um alerta sobre a importância de conhecer o clima espacial.
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Astrônomos observavam um sistema estelar localizado a algumas dezenas de anos-luz da Terra e, pela primeira vez, viram a estrela EK Draconis com uma erupção estelar preocupante. As observações somaram 32 noites, mas foi em abril de 2020 que eles viram o evento e a nuvem de plasma com massa na casa dos quatrilhões de quilogramas.
Erupção na "versão jovem" do Sol
De acordo com a equipe, “as ejeções de massa coronal podem ter um sério impacto na Terra e na sociedade humana”. A EK Draconis, em seu "espasmo", enviou ao espaço massa coronal mais de 10 vezes superior à ejeção mais poderosa já registrada de uma estrela parecida com o Sol.
Em parte, não há motivo para muito alarde, já que EK Draconis tem apenas 100 milhões de anos, enquanto nosso Sol tem 4,6 bilhões de anos. Alguns cientistas cogitam que estrelas mais antigas como a nossa provavelmente não terão ejeções tão violentas quanto as mais jovens.
Ainda assim, observar a explosão ocorrendo em outras pode ajudar a compreender os processos desses fenômenos e, assim, os pesquisadores poderão aprender mais sobre o que ocorre no Sol quando há erupções solares relativamente poderosas. Essa compreensão é fundamental para conseguir prever quando uma tempestade solar vai acontecer.
No caso da EK Draconis, os pesquisadores conseguiram capturar apenas a primeira etapa da vida da ejeção, chamada de fase de “erupção do filamento”, que se movia a uma velocidade máxima de cerca de 1 milhão e meio de km por hora. Pode ser que o Sol nunca apresente esse comportamento no futuro, mas será que já aconteceu no passado?
A equipe da pesquisa acredita que sim, e isso poderia ajudar a explicar por que os planetas do Sistema Solar são da maneira que vemos hoje. Marte, por exemplo, que já teve rios e, possivelmente, forma de vida, pode ter se tornado inabitável graças às interações com grandes ejeções de massa coronal.
“Pensamos que no passado, Marte tinha uma atmosfera muito mais densa. As ejeções de massa coronal podem nos ajudar a entender o que aconteceu com o planeta ao longo de bilhões de anos”, disseram. O novo artigo foi publicado na Nature Astronomy.
Fonte: Nature Astronomy; Via: Universidade de Colorado