Rússia precisou desviar nave de lixo espacial gerado por seu teste antissatélite
Por Wyllian Torres | Editado por Rafael Rigues | 20 de Junho de 2022 às 11h15
Na noite do dia 16 junho, uma espaçonave de carga russa precisou realizar uma manobra para se desviar de lixo espacial, gerados por um teste de míssil antissatélite realizado pela própria Rússia no ano passado. A notícia foi divulgada pelo diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitry Rogozin, pelo Telegram.
- Detritos de satélite destruído pela Índia permanecerão em órbita por um ano
- Reino Unido quer se tornar referência mundial na remoção do lixo espacial
A nave Progress MS-20 foi lançada no dia 3 de junho a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, para transportar uma nova remessa de suprimentos à Estação Espacial Internacional (ISS). O cosmonauta Sergey Korsakov, a bordo da ISS, fez um vídeo da manobra da nave.
No ano passado, o teste destruiu o antigo satélite Kosmos-1408, lançado pela então União Soviética durante a década de 1980. A atividade gerou mais de 1.500 fragmentos e os astronautas a bordo da ISS precisaram se abrigar em suas naves por conta do risco de impacto com a nuvem de detritos.
Não é nada comum o diretor da Roscosmos reconhecer sua culpa, confirmando a relação dos detritos com o teste russo. Assim como os EUA, a Rússia tem sido uma fonte detritos ao longo das últimas décadas e a atividade do ano passado chamou grande atenção ao problema do lixo espacial.
Na época, autoridades norte-americanas condenaram a operação russa, alegando o risco não apenas para os astronautas dos EUA, mas também os cosmonautas. Embora a Rússia tenha alegado que o teste teve uma “precisão cirúrgica” e não apresentaria uma ameaça, a recente manobra da nave revela o oposto.
Especialistas em sustentabilidade do espaço próximo à Terra temem que a grande quantidade de lixo produza a chamada Síndrome de Kessler: uma órbita tão congestionada de detritos que qualquer colisão, por menor que seja, pode criar um efeito cascata, com uma colisão levando à outra, com imenso potencial destrutivo para qualquer coisa em órbita.
Fonte: Via Futurism