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Problemas que ocorreram com o Hubble são sinais de desgaste, segundo a NASA

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Abril de 2021 às 16h10

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Março foi um mês agitado para a equipe responsável pelo telescópio espacial Hubble, que tomou alguns sustos: após a instalação de uma melhoria, o telescópio apresentou alguns problemas em seu hardware, que já foram solucionados, e as observações foram retomadas no dia 12. Segundo a NASA, os problemas estão relacionados ao envelhecimento dos componentes no interior do telescópio, que já se aproxima dos 31 anos de operação.

Foi no dia 7 de março que o Hubble entrou no modo de segurança após apresentar uma falha de software. Trata-se de uma dinâmica adotada para proteger a espaçonave de outros danos. Depois de seis dias, as equipes em solo conseguiram restaurar as operações do Hubble, mas acabaram encontrando outros problemas: primeiro, a porta de abertura do telescópio deveria ter se fechado automaticamente durante o modo de segurança para proteger os componentes ópticos, que são bastante sensíveis, mas isso não aconteceu.

Depois, os engenheiros descobriram um problema de voltagem no instrumento Wide Field Camera 3 (WFC 3), o mais usado pelo telescópio. O instrumento foi desativado durante o modo de segurança e, durante a recuperação do sistema, apresentou uma leitura de energia levemente abaixo do nível normal. Assim, o WFC 3 entrou em modo de segurança para os controladores da missão investigarem o ocorrido. No fim, a equipe reduziu o limite e o instrumento retomou as operações.

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Segundo Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da NASA, os dois problemas provavelmente estão relacionados ao envelhecimento do hardware do telescópio: “tivemos um erro de software, e depois tivemos dois lugares em que encontramos alguns problemas típicos de uma espaçonave que está envelhecendo”. Hertz explicou que o problema da porta já era algo esperado em função da idade do telescópio: “trocamos a porta pelo motor redundante, que confirmamos que está completamente funcional”. Ele comentou que os motores da porta são os mesmos de quando o Hubble foi construído, na década de 1980, e nunca receberam manutenção — nem mesmo na era dos ônibus espaciais e em missões de atualização.

Esse problema do motor não interrompe as operações, e mesmo que o motor redundante tenha uma falha e mantenha a porta aberta, isso não é tão preocupante: “esse é o modo de falha preferido”, disse. Ainda segundo ele, o novo software foi criado para que o Hubble consiga se mover mais eficientemente de um alvo científico para outro conforme orbita a Terra, além de reduzir um problema de ruído em um de seus três giroscópios — que também são componentes desgastados pelo tempo, uma vez que os seis originais foram substituídos pela vez em 2009. Três ainda estão funcionando, e são essenciais para operações regulares do telescópio. Embora os engenheiros já tenham buscado formas de seguir com as observações com somente um, isso acabaria limitando as observações.

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O querido telescópio espacial foi desenvolvido pela NASA, junto de contribuições da Agência Espacial Europeia. Durante celebrações feitas virtualmente no ano passado, durante o 30º aniversário do Hubble, os controladores da missão comentaram que esperam pelo menos mais cinco anos de observações — é que, desde o encerramento do programa dos ônibus espaciais, a NASA se prepara para finalizar as operações do telescópio nos próximos anos.

Se tudo correr bem, o telescópio espacial James Webb deverá ser lançado no fim de 2021, para dar continuidade aos trabalhos do Hubble com instrumentos mais poderosos e um espelho maior.

Fonte: SpaceflightNow