Câmera do telescópio Hubble volta a funcionar após correção de software
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Na semana passada, o telescópio espacial Hubble apresentou uma falha de software, que acabou causando alguns outros problemas e exigiu que o telescópio entrasse em modo de segurança. Durante o ocorrido, o instrumento Wide Field Camera 3 (WFC3) sofreu um erro inesperado enquanto acontecia a recuperação do modo em questão, mas, de acordo com informações da NASA, o instrumento voltou à ativa durante a noite deste sábado (13).
- As 10 fotos mais incríveis que o telescópio espacial Hubble tirou em 2020
- Mais poderoso que o Hubble: o que esperar do telescópio Nancy Grace Roman?
- Telescópio Hubble estudará a diversidade das estrelas, desde jovens a antigas
O erro de software aconteceu na última segunda-feira (9) com a instalação recente de uma melhoria de sistema, que deveria ajudar a compensar a flutuação de um dos giroscópios usados para medir a velocidade de rotação do telescópio e que o auxiliam a se posicionar para focar nos objetos desejados. Contudo, a melhoria não tinha permissão para inserir dados em uma localização específica da memória do computador, e isso causou um problema que exigiu que o Hubble entrasse em modo de segurança.
No fim, os controladores da missão desativaram o software, e o telescópio retomou as operações. Entretanto, o modo de segurança trouxe mais alguns problemas nos componentes do Hubble: durante as operações feitas neste modo, o instrumento Wide Field Camera 3 (WFC3) foi desativado e, na recuperação do sistema, o WFC 3 apresentou uma leitura de energia levemente abaixo do nível normal. Com essa nova anomalia, os processos do instrumento foram suspensos, e o WFC 3 acabou entrando em um modo de emergência interno para os controladores da missão verificarem o que aconteceu.
Após analisar o ocorrido, as equipes constataram que os níveis de voltagem do WFC 3 foram caindo de pouco a pouco conforme os componentes elétricos do satélite envelheceram. Além disso, durante o modo de segurança, o hardware ficou desligado e, portanto, mais frio. No fim das contas, as temperaturas mais baixas que o normal, aliadas à energia que os componentes exigem para retomar as operações, foram os fatores que contribuíram para essa pequena flutuação elétrica, que resultou na suspensão das atividades do WFC 3.
Outras análises mostraram que seria seguro reduzir um pouco o limite para evitar suspensões no futuro, além de ser possível já recuperar o instrumento para seguir com os estudos científicos. Agora, o WFC 3 já foi recuperado e deve passar por algumas atividades de calibração e pré-observações ainda nesta semana. Lançado em 1990, o telescópio Hubble já chega a mais de 30 anos de atividades, o dobro do tempo que foi previsto inicialmente para seu funcionamento. Por isso, estes ocorridos, quando somados a outros "sustos" que já ocorreram, sinalizam a fadiga do telescópio e de seus instrumentos.
Fonte: Hubble