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O que os cientistas diriam se descobrirem vida extraterrestre?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/JPL-Caltech/Lizbeth B. De La Torre
NASA/JPL-Caltech/Lizbeth B. De La Torre

Por enquanto, não foram encontradas evidências de que há vida fora do nosso planeta. Mas se isso acontecer um dia, como os cientistas iriam comunicar a descoberta ao mundo? E mais: como vão ter certeza de que, de fato, encontraram extraterrestres? Para descobrir, astrobiólogos, comunicadores de ciência e outros especialistas se reuniram em um workshop do Programa de Astrobiologia da NASA

Durante o evento, os participantes discutiram como os pesquisadores poderiam encontrar evidências de vida alienígena, bem como a forma de falar publicamente sobre tais descobertas. "Este é um empreendimento multidisciplinar. Portanto, estamos isolados no conhecimento que temos e no que outras pessoas estão fazendo”, disse o Jack Madden, astrobiólogo que se tornou artista.

Parte do objetivo do projeto era diminuir esta lacuna. Para isso, os participantes estiverem em quatro reuniões e discutiram as lições que a astrobiologia deixou, além daquelas que podem servir para o futuro. Aqui surge o primeiro problema: não podemos dizer ao certo se existe vida fora da Terra, e se sim, também não dá para prever se vai ser encontrada. 

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Os participantes buscaram as respostas para estas perguntas em eventos passados, como a descoberta do meteorito Allan Hills. A rocha espacial veio de Marte há mais de 16 milhões de anos e foi encontrada na Antártida, sendo alvo de várias análises. O meteorito pareceu ter estruturas parecidas com bactérias antigas, além de moléculas orgânicas. 

Aquela poderia ser a primeira evidência de vida em outro mundo e rendeu todo tipo de especulação. No entanto, a confirmação de que realmente havia sinais de seres vivos ali nunca veio: várias décadas se passaram e até hoje os cientistas discutem os resultados. O consenso é que a composição química da rocha e as estruturas, antes consideradas sinais de antigos microrganismos, poderiam ser explicadas pela geologia e pela química, não pela biologia. 

Vida extraterrestre

O debate inspirado pelo caso do meteorito representa uma parte importante do processo científico e da construção do conhecimento. “Acho que a descoberta da vida será um processo gradual”, sugeriu Victoria Meadows, astrobióloga da Universidade de Washington. "A menos que algo passe pela câmera e dê tchauzinho para nós ou codifique o número pi e transmita isso em um sinal de rádio, não será definitivo. E vai haver muita discussão”, observou. 

Os participantes do evento também mostraram preocupação com a possibilidade de que o público não considere tal incerteza, ou que deixem de lado a ideia de que mais pesquisas seriam necessárias para confirmar a ocorrência de vida fora do nosso planeta. Por isso, se um dia a descoberta de vida fora do planeta acontecer, o processo vai ser gradual. 

Uma das conclusões gerais do grupo foi que, se algum ser vivo for encontrado fora da Terra, é importante discutirem os processos de confirmação da descoberta, considerando também as incertezas envolvidas. "Acho que nós, como comunidade, precisamos nos reconciliar com o fato de que não há muito que possamos fazer para tentar ser cuidadosos", continuou Sarah Rugheimer, astrobióloga da Universidade York. "Porque, assim que houver uma descoberta empolgante, ninguém será cuidadoso. E está tudo bem."

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Fonte: ScientificAmerican