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Roxo pode ajudar na busca por vida fora da Terra. Por quê?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Abril de 2024 às 06h00

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Comfreak/Pixabay
Comfreak/Pixabay

Talvez o verde, cor tão familiar para a vida na Terra, não seja o melhor indicador para a busca de vida. Para pesquisadores liderados por Lígia Fonseca Coelho, pós-doutoranda no Instituto Carl Sagan, um planeta semelhante à Terra na órbita de outra estrela poderia muito bem estar coberto por bactérias que fariam fotossíntese com a luz infravermelha — e na Terra, as bactérias do tipo são roxas, não verdes. 

Se tais bactérias existirem em outros mundos, elas provavelmente produziriam uma “impressão digital” luminosa que poderia ser detectada por telescópios. "As bactérias roxas podem se desenvolver em uma ampla gama de condições, o que as torna uma das principais candidatas à vida que poderia dominar uma variedade de mundos", disse Lígia.

Usando a vida na Terra como referência, os cientistas criaram um catálogo das cores e das assinaturas químicas que diferentes organismos e minerais poderiam criar na luz refletida por um exoplaneta. "Precisamos criar um banco de dados de sinais de vida para garantir que nossos telescópios não percam seres vivos se eles não se parecerem exatamente com o que encontramos ao nosso redor todos os dias", acrescentou a coautora Lisa Kaltenegger.

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Tais bactérias roxas têm várias outras cores, como amarelo, laranja e vermelho, e estiveram na Terra antes mesmo dos vegetais. Elas usam a luz infravermelha de baixa energia com sistemas de fotossíntese mais simples que os das plantas, usando formas da clorofila que absorvem a luz infravermelha, e diferentemente das plantas, não geram oxigênio. 

Após medir os biopigmentos das bactérias e as impressões digitais da luz, os pesquisadores criaram modelos de planetas parecidos com a Terra com diferentes condições e coberturas de nuvens. Segundo os autores, tanto nos ambientes secos quanto úmidos, as bactérias roxas produziram as assinaturas com cores mais fortes.

"Se as bactérias roxas estiverem prosperando na superfície de uma Terra congelada, um mundo oceânico, uma Terra bola de neve ou uma Terra moderna orbitando uma estrela mais fria, agora temos as ferramentas para procurá-las”, ressaltou Lígia. No entanto, encontrar algum “pálido ponto roxo” em outro sistema estelar iria exigir várias observações como uma forma de descartar fontes emissoras causadoras de falsos-positivos, como minerais.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, Cornell University