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Meteorito achado na Antártida tem poeira de explosão cósmica

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Março de 2024 às 15h47

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Aaron M. Geller, Northwestern University
Aaron M. Geller, Northwestern University

Uma partícula de poeira estelar rara acaba de ser encontrada. Pesquisadores liderados pela Dra. Nicole Nevill, da Universidade de Curtin, na Austrália, detectaram o grão no meteorito Allan Hills 77307, e concluíram que ela foi formada por uma explosão cósmica pouco comum.

Os meteoritos são pedaços de rochas espaciais que sobreviveram à passagem pela atmosfera e chegaram à superfície terrestre. Eles são como cápsulas do tempo, revelando aos cientistas informações valiosa sobre os materiais que estavam presentes na formação do Sistema Solar.

Com o Allan Hills 77307, um condrito carbonáceo (classe que inclui alguns dos meteoritos mais primitivos), não é diferente. A equipe o analisou com a técnica da tomografia por sonda atômica e descobriu um pedacinho de olivina, um tipo de mineral que pode revelar o que aconteceu quando uma estrela nascida antes do Sol explodiu em supernova. 

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O mais surpreendente não é a presença da olivina, mas sim sua composição isotópica no meteorito. "O material criado em nosso Sistema Solar tem proporções previsíveis de isótopos — variantes de elementos com diferentes números de nêutrons", explicou a autora Nicole Nevill. "A partícula que analisamos tem uma proporção de isótopos de magnésio que é diferente de qualquer coisa em nosso sistema."

Segundo ela, a proporção mais extrema do isótopo magnésio-25 encontrada em outros estudos foi de 1.200; já o grão analisado tem valor de 3.025, o mais alto já visto. “Esta proporção isotópica excepcionalmente alta só pode ser explicada pela formação em um tipo de estrela descoberto recentemente — uma supernova de queima de hidrogênio”, acrescentou.

Supernovas, as explosões estelares

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As supernovas acontecem quando estrelas massivas esgotam as reservas de combustível em seus núcleos e explodem. Às vezes, isso ocorre quando algumas delas ainda têm hidrogênio nas camadas mais externas e o composto é consumido rapidamente após a explosão — é esta a supernova de queima de hidrogênio mencionada pela pesquisadora. 

"A supernova de queima de hidrogênio é um tipo de estrela que só foi descoberta recentemente, mais ou menos na mesma época em que estávamos analisando a minúscula partícula de poeira”, acrescentou David Saexey. “O uso da tomografia por sonda atômica nesse estudo oferece um novo nível de detalhes que nos ajuda a entender como essas estrelas se formaram”, finalizou. Isso, no entanto, fica para os próximos capítulos — e para outros estudos.

O artigo com as descobertas foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

Fonte: The Astrophysical Journal; Via: Curtin University