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Meteorito pode ter causado em SP terremoto forte como bomba de Hiroshima

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Fevereiro de 2024 às 16h31

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urikyo33/Pixabay
urikyo33/Pixabay

Um terremoto intenso atingiu a cidade de São Paulo há milhões de anos. De acordo com um novo estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do ABC (UFABC), o forte tremor provavelmente foi causado pela queda de um meteorito, que formou uma cratera com 3,6 km de diâmetro no extremo sul da cidade. 

Segundo a equipe, o impacto foi tão forte que causou um tremor de magnitude maior que 5,5 na escala de Richter. A intensidade é comparável àquela da energia liberada pela bomba atômica detonada sobre Hiroshima, no Japão, em 1945. 

A queda do objeto formou o que hoje conhecemos como Cratera de Colônia, localizada a aproximadamente 40 km a sul do centro da capital paulista. Ela mede cerca de 450 m de profundidade, e foi formada pela queda de um objeto entre 2,5 e 5 milhões de anos atrás.

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A formação passou despercebida por anos; foi somente no início da década de 1960 que fotos aéreas, e depois, de satélite, mostraram as bordas dela. Um estudo publicado em dezembro de 2021 apontou novas evidências de que a cratera foi, de fato, formada pela queda de um meteorito

Cratera em São Paulo

Agora, os autores analisaram os sedimentos por lá e dados previamente obtidos para discutir possíveis mecanismos responsáveis pela deformação dos sedimentos próximos da cratera. Para isso, a equipe mapeou as rochas e sedimentos da Cidade Universitária, em São Paulo, já que o terreno integra a bacia sedimentar da região metropolitana. 

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As análises mostraram que algum tremor teria afetado a paisagem local, e decidiram analisar outras rochas em parques e praças da cidade. Como resultado, a equipe concluiu que “a maior parte dessas feições, se não todas, foram geradas por um mesmo evento de grande magnitude”, como explicou Mauricio Guerreiro Martinho dos Santos, professor da UFABC. 

Após o terremoto, a pressão do fluxo de água e areia foi tão alta que rompeu as camadas de sedimentos mais impermeáveis. Isso fez a água se infiltrar por diques clásticos, que são pequenos tubos; depois de milhões de anos sem sofrer outros processos, os grãos dessa areia formaram rochas de arenito. 

Já a cratera acabou coberta por sedimentos que formaram uma planície, onde estão hoje os bairros de Colônia e Vargem Grande. Na base do impacto, há fraturas nas rochas e minerais com sinais de pressão extrema. Ao analisar documentos e estudos do terreno da cidade, os autores perceberam que as estruturas parecem ter sido formadas há 2,5 milhões de anos.

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Se este for o caso, talvez a Bacia de São Paulo seja mais jovem do que parecia. Nos próximos passos, os autores planejam provar a correlação entre a cratera e os sedimentos. Para isso, eles vão precisar descobrir a data em que ocorreram os depósitos sedimentares. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Sedimentary Geology.

Fonte: Sedimentary Geology; Via: Jornal da USP