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Impactos gigantes de meteoritos teriam formado parte da crosta lunar

Por| 11 de Maio de 2020 às 18h10

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Andrew McCarthy
Andrew McCarthy

Em 1972, a missão Apollo 17 foi à Lua e trouxe amostras de lava, poeira e rochas lunares para a Terra. Agora, uma equipe de cientistas internacionais, liderados pelo Museu Real de Ontário, estudou uma dessas amostras e descobriu que a formação de rochas antigas no nosso satélite natural pode ter acontecido graças a impactos de meteoritos em larga escala.

Quando as primeiras amostras foram trazidas da superfície lunar, os cientistas tentaram descobrir como as rochas se formaram. Mesmo nos dias de hoje, ainda não puderam responder como as camadas externa e interna da Lua se misturaram após a sua formação. A nova pesquisa, além de explicar a origem da formação rochosa, também pode finalmente resolver o mistério da “mistura” que produz a complexa gama de pedras que existem hoje por lá.

Os cientistas descobriram evidências mineralógicas de que a rocha analisada se formou a temperaturas incrivelmente altas - acima dos 2300 °C. Essa evidência é um mineral conhecido como baddeleyita, que, apesar de estável, mantém pistas distintas de ter sido anteriormente uma estrutura de alta temperatura. Isso só pode ser explicado pelo derretimento da camada externa de um planeta ou lua em um evento de grande impacto.

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Além disso, os pesquisadores também calcularam a idade da rocha, e concluíram que ela teria se formado há mais de 4,3 bilhões de anos. Isso significa que o cristal, em sua fase de alta temperatura, deve ter se formado antes desse período, como consequência de grandes impactos na então jovem Lua.

De acordo com o Dr. Lee White, o estudo pode ser muito útil para conhecermos melhor a história do próprio planeta Terra. “Se grandes impactos superaquecidos estavam criando rochas na Lua, o mesmo processo provavelmente estava acontecendo aqui na Terra”, disse. Já Dra. Ana Cernok, coautora do estudo, explicou que o grão de baddeleyita era menor que um milímetro, mas ainda assim foi o maior que já viu nas amostras da Apollo.

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Embora esse grão seja pequeno, “ainda mantém as evidências da formação de uma bacia de impacto com centenas de quilômetros de diâmetro”, completou. Isso é interessante porque não há evidências desses antigos impactos na Terra, de acordo com White.

Já o coautor do estudo, James Darling, disse que as descobertas mudam completamente a compreensão dos cientistas sobre as amostras coletadas durante as missões Apollo, da NASA, e até mesmo sobre a geologia da Lua. “Esses impactos meteorológicos inimaginavelmente violentos ajudaram a construir a crosta lunar, não apenas a destruí-la”, disse.

Fonte: Phys