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Impactos de grandes asteroides na Terra geraram colisões também na Lua

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Pesquisadores da Universidade de Curtin, na Austrália, descobriram que os asteroides que atingiram a Lua há milhões de anos correspondem a impactos ocorridos na Terra, causados por rochas maiores — incluindo a “culpada” pela extinção dos dinossauros. A descoberta é resultado de análises das amostras lunares obtidas pela missão Chang’e 5, da China, e mostra que nosso planeta não sofreu impactos isolados.

A China lançou a Chang’e 5 em novembro de 2020 com destino a Oceanus Procellarum para coletar amostras de Mons Rümker, um pico vulcânico na parte oeste do lado próximo da Lua (aquele que fica sempre voltado para nós). As amostras foram coletadas com sucesso, e a cápsula com o material foi liberada na Mongólia Interior em dezembro, 23 dias após o lançamento da missão.

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Para o estudo, os cientistas analisaram pequenas esférulas de vidro nas amostras de solo lunar, criadas pelo calor e pressão intensos dos impactos dos meteoros. Alexander Nemchin, autor principal do estudo, explica que eles combinaram diferentes técnicas analíticas de microscopia a modelos numéricos e estudos geológicos, para determinar como e quando as pequenas esferas foram formadas.

Assim, eles reconstruíram a linha do tempo dos impactos na Lua, e descobriram que o momento e frequência dos impactos de asteroides na Lua foram “imitados” por colisões na Terra. Algumas esférulas parecem ter sido formadas há cerca de 66 milhões de anos, ou seja, perto de quando o chamado Impactador de Chicxulub atingiu a Terra e eliminou grande parte dos seres vivos na Terra.

Como o ritmo dos impactos na Lua acompanham aqueles ocorridos em nosso planeta, a linha do tempo construída pela equipe pode revelar mais sobre a evolução do nosso planeta. “O estudo descobriu também que os grandes eventos de impactos ocorridos na Terra, como [aquele que causou] a cratera de Chicxulub há 66 milhões de anos, podem ter sido acompanhados por vários impactos menores”, disse.

Se este for o caso, é possível que a distribuição de frequência-idade dos impactos na Lua indiquem informações importantes sobre aqueles que ocorreram na Terra e até no Sistema Solar interno. Para os próximos passos, a equipe quer comparar os dados das amostras da Chang’e 5 com outras amostras da lua e com a idade das crateras lá, para entender melhor outros impactos em nosso satélite natural — e, quem sabe, colisões de asteroides na Terra que possam ter afetado o surgimento da vida.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science Advances.

Fonte: Science Advances; Via: Eurekalert