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Histórico: China lança missão Chang'e 5 para coletar amostras da Lua

Por| 24 de Novembro de 2020 às 10h30

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CNSA
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No final da tarde de segunda-feira (23), a China lançou uma missão para lá de histórica rumo à Lua. Estamos falando da Chang'e 5, cujo principal objetivo será coletar amostras da superfície lunar — algo que a humanidade não faz desde 1976, quando a missão soviética Luna 24 trouxe cerca de 170 gramas de regolito para estudos em nosso planeta. Enquanto isso, a missão Chang'e 4 com seu rover Yutu-2 seguem estudando o lado afastado da Lua (aquele que nunca podemos ver a partir da superfície da Terra).

A China não costuma transmitir seus lançamentos ao vivo, como normalmente acontece com voos espaciais da NASA e da SpaceX, por exemplo, mas, surpreendentemente, o país asiático decidiu transmitir o lançamento da Chang'e 5 por meio da TV estatal chinesa. Você pode assistir à reprise no vídeo abaixo:

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A Chang'e 5 tem como alvo a região do monte Mons Rümker, no Oceanus Procellarum. Essa é a mesma região onde a Apollo 12 pousou em 1969, por sinal. A alunissagem (nome dado a pousos lunares) deve acontecer na sexta-feira (27), assim que o próximo dia lunar começar — cada dia e cada noite na Lua duram cerca de duas semanas terrestres.

A coleta das amostras vai funcionar da seguinte maneira: a sonda aproveitará as duas semanas do próximo dia lunar para perfurar o solo, colhendo tudo o que puder em até dois metros de profundidade no local do pouso. Então, as amostras serão armazenadas em um módulo de ascensão, que voará da superfície rumo à órbita da Lua, onde se encontrará com o módulo orbital da missão. Nesse módulo, há uma cápsula de retorno, capaz de iniciar o voo de volta à Terra com as amostras a bordo.

Tudo dando certo, a China espera que a cápsula com as amostras cheguem à Terra entre os dias 16 e 17 de dezembro deste ano.

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Objetivos científicos da Chang'e 5

A região do Mons Rümker é um pico vulcânico na borda oeste do hemisfério próximo da Lua — aquele que está sempre virado para nós. Estima-se que essa área abrigue rochas basálticas com cerca de 1,21 bilhão de anos — idade mais jovem do que a das amostras trazidas pelas missões Apollo, da NASA, que tinham entre 3,1 e 4,4 bilhões de anos.

A expectativa da China, ao coletar amostras geologicamente jovens, é verificar a idade daquela região lunar, bem como estudar mais a fundo o aparente vulcanismo em estágio avançado que é exigido para formar o tipo de rocha existente ali.

E, além de uma broca para perfurar o solo, o módulo de pouso da Chang'e 5 também foi equipado com uma câmera panorâmica — ou seja, podemos esperar muitas fotos incríveis da região lunar do Mons Rümker.

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Próximos passos

Caso a Chang'e 5 não consiga sucesso nesta missão ambiciosa de trazer amostras lunares à Terra, existe a missão Chang'e 6 como backup. E, caso a Chang'e 5 seja bem sucedida, a Chang'e 6 ainda assim vai acontecer, só que pousando no polo sul da Lua em 2023, provavelmente. Assim, a China conseguirá coletar amostras de duas áreas diferentes em nosso satélite natural, complementando os estudos.

Depois disso, já está no papel uma missão Chang'e 7, que começará a preparar o terreno para que o país asiático estabeleça uma estação lunar de pesquisa. A ideia é que isso comece a acontecer em meados da década de 2020, com essa estação sendo precursora dos futuros pousos chineses tripulados. Ou seja: podemos esperar, até o final da década, uma atuação intensa de humanos na Lua, considerando não apenas os planos chineses, como também o programa Artemis, da NASA — que pretende voltar a levar humanos à Lua a partir de 2024.

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Fonte: Space News, Space.com, The Planetary Society