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Geleiras de tipo raro na Terra podem existir em Mercúrio

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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Evidências de geleiras em Mercúrio foram encontradas. Segundo cientistas do Instituto de Ciência Planetária (PSI), tais geleiras são feitas de sal e se formaram nas chamadas camadas ricas em voláteis, encontradas a alguns quilômetros sob a crosta do planeta. Depois, impactos de asteroides as deixaram expostas.

Apesar de serem menos frequentes que as de gelo, as geleiras de sal existem na Terra em regiões como as Cordilheira de Zagros, no Irã. Tanto as de água congelada quanto de sal são formadas por voláteis, as substâncias que evaporam facilmente.

Já as possíveis geleiras salgadas em Mercúrio foram encontradas pelos pesquisadores ao estudarem a região Borealis Chaos, próxima do polo norte do planeta. O terreno ali é acidentado, indicando vários impactos de asteroides ocorridos na região — muitos, inclusive, aconteceram no início da formação do planeta.

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E, afinal, como as geleiras de sal se formaram por lá? Para os autores, elas surgiram quando o planeta era jovem, em partes já solidificadas da sua superfície. “Nossos modelos afirmam fortemente que o fluxo de sal provavelmente produziu as geleiras, e que depois do posicionamento delas, elas retiveram voláteis por mais de um bilhão de anos”, explicou o coautor Bryan Travis.

Eles sugerem também a possibilidade de que as geleiras de sal tenham sido formadas sob massas de água, que estariam acumuladas em mares rasos ou em pequenos lagos. Depois, a perda da água para o espaço e a retenção de moléculas em minerais poderiam ter formado uma camada rica em sais e areia. Com o tempo, a camada formaria grandes depósitos de partículas.

Na Terra, alguns sais podem formar ambientes habitáveis para extremófilos, os microrganismos que sobrevivem em ambientes extremos. Será que algo do tipo poderia acontecer em Mercúrio? Para Alexis Rodriguez, autor principal do trabalho, o planeta pode ter bolsões sob sua superfície com condições mais adequadas para a vida, como se fossem planetas nas zonas habitáveis das suas estrelas.

Claro, isso não significa que existam seres vivos sob a superfície de Mercúrio, mas a descoberta é de grande importância para a busca por vida em outros planetas. “[O resultado] estende nossa compreensão sobre os parâmetros ambientais que possam sustentar vida, adicionando uma dimensão vital para nossa exploração da astrobiologia”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Planetary Science Journal.

Fonte: Planetary Science Journal; Via: Planetary Science Institute