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Este pessoal lançou um balão estratosférico na Bahia, e as imagens são incríveis

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Março de 2021 às 10h00

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Alexsandro Borges/Mistérios do Espaço
Alexsandro Borges/Mistérios do Espaço

No dia 13 de fevereiro deste ano, o criador do canal Mistérios do Espaço, Alexsandro Mota, realizou o lançamento do primeiro balão estratosférico no céu da Bahia — ao menos pela região de Conceição do Coité, onde ocorreu o evento. Planejado e executado pelo Projeto NAOS, foram aproximadamente duas horas com o balão percorrendo cerca de 80,4 km da estratosfera — camada da atmosfera da Terra localizada entre 17 a 50 km de altitude. O balão atingiu cerca de 32 km de altitude.

O projeto do balão surgiu há mais de cinco anos, quando o canal de divulgação científica já apoiava outras iniciativas que pretendiam lançar balões estratosféricos. Mota revelou que nunca havia feito nada do tipo até então, e sua maior motivação foram os amigos que já sabiam como fazer. “Era fascinante ver o resultado deles e, no fundo, sempre quis saber como seria a vista da minha região a partir da estratosfera”, diz. Para ele, "a sonda também era uma forma de chegar um pouco mais perto do espaço”.

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Balões estratosféricos são muito usados na meteorologia ou outras aplicações como plataforma de experimentos na atmosfera superior. Geralmente, são enchidos com gás hélio ou hidrogênio e lançados para uma região conhecida como área “próxima ao espaço” da atmosfera terrestre — onde existe pouco ar, mas nem tão pouco ao ponto de um satélite se manter em órbita. É uma produção de baixo custo, se comparado com equipamentos mais complexos, por isso esse tipo de “balonismo” é praticado até mesmo como diversão.

Esta primeira missão teve como objetivo apenas registrar imagens da Terra lá de cima, marcando a primeira vez que um balão meteorológico fez isso na Bahia. O divulgador do canal diz: “as imagens são únicas no estado, ms agora que já sei como tudo funciona e aprendi no que melhorar, as próximas missões levarão instrumentos científicos para medições de temperatura, pressão atmosférica e tudo mais”. Mota também afirma que qualquer pessoa, desde que goste do assunto e seja criativa, consegue construir um balão desses. “Não vou afirmar também que é muito fácil, mas não chega a ser impossível de alguém inspirado conseguir realizar uma missão assim”, acrescenta.

Para quem começa do zero, a missão é mais cara, pois é necessário reunir alguns equipamentos. Ao final, um balão pode passar dos seis mil reais. Mas, para quem gosta, isso pode ser encarado como um bom investimento. Mota diz que “a parte boa é que nas próximas [vezes] você só precisa se preocupar em comprar um balão novo e o gás hélio; o resto é tudo reutilizado”. Na lista de equipamentos fundamentais, temos: câmeras de ação (como a GoPro), baterias, GPS Spot (para enviar a localização para o celular ou computador via internet), paraquedas, caixa de isopor (compartimento para transportar tudo), linhas resistentes, gás hélio (ou hidrogênio), balão meteorológico de látex e bastante fita adesiva.

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Todo esse trabalho é fruto do Projeto NAOS — uma extensão do Mistérios do Espaço —, apoiado pelos próprios seguidores do canal, ao arrecadar fundos através de uma “vaquinha” virtual. Localizado em Conceição do Coité, na Bahia, o principal objetivo do NAOS é levar sondas até a estratosfera terrestre, incluindo equipamentos para medição, estudo e análise dos ambientes extremos na “fronteira” com o espaço. O projeto surgiu em 2013 com o propósito de elevar o trabalho da divulgação científica do canal do YouTube.

A razão pela qual o projeto de lançamento se chama “NAOS” soa até um pouco poético. Naos é o nome de uma estrela na constelação da Popa, localizada no hemisfério celestial sul. É uma estrela supergigante azul, e sua classe espectral indica forte presença de hélio em sua composição. Os balões que possibilitam o envio de sondas estratosféricas são enchidos, em sua grande maioria, com gás hélio. Alexsandro diz: “dessa forma, o projeto recebe o nome ‘Naos’ por lançar balões com o segundo elemento mais abundante no universo, o hélio”.

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Ao final do percurso, que durou cerca de duas horas, o balão estourou e sua queda foi amortecida pelo paraquedas. A localização da descida marcava aproximadamente 41 km de distância do local de lançamento.

Alexsandro Mota é baiano, tem 21 anos e trabalha com divulgação científica através do projeto Mistérios do Espaço. Além disso, é astrofotógrafo e graduando em Comunicação Social pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB.

Abaixo, você confere todo o processo de antes, durante e depois do projeto: